24.3.21

Será que ando a ver mal?

 


Este D. João V parece-me diferente do de José Saramago ou até do de Bernardo Santareno. Será que ando a ver mal?

Será que a diferença de representação ainda tem algum significado por estes dias?

Hoje, encontrei-o muito só, a fitar o Convento. Talvez, arrependido de ter cumprido a promessa já que foi o último a saber que a rainha estaria grávida. 

Magnânimo, cumpriu e enterrou o país em dívidas, não sobrando ouro (do Brasil) para pagar as reais exéquias…

23.3.21

Olhei e havia menos azul...

 

Não sei se a culpa é do Cristo se do Salazar, a verdade é que quando olhei havia menos azul… as cores eram mais nítidas. Mesmo assim, fica o registo. 
Em Monsanto, tudo parecia sossegado, no entanto não faltavam lugares movimentados, onde uns preguiçavam ao sol, e outros jogavam freneticamente desportos ruidosos.
O policiamento, a cavalo, marcava presença, sobretudo porque as alimárias não se continham, deixando atrás o estrume de que se alimentam as pulgas… e outros parasitas de vária índole.

21.3.21

da poesia do dia

da guerra
a poesia
em março

a vinte e um
os poetas do dia 
armam-se de versos roubados
dançam
inebriados de primavera

a vinte e dois
soluçam
os poetas dos dias

traídos

20.3.21

Le Printemps


«Dans une année, la Terre décrit un grand cercle un peu allongé autour du Soleil. Le Printemps correspond toujours à la même position de la Terre qui revient chaque année sur le cercle et les autres saisons aussi reviennent régulièrement chaque année.

Le Printemps: De Mars à Juin c'est la saison du renouveau, tout reverdit, les arbres et les prés, tout fleurit, les oiseaux reviennent et font leurs nids, on sème et on plante dans les jardins et dans les champs, les jours augmentent, le temps se réchauffe. Pâques est la grande fête du Printemps.» 

Olívio de Carvalho, J'apprends le Français, Première année du Lycée, Soixante-Septième Leçon, Porto editora

Assim se aprendia Francês… e não só!

19.3.21

Tudo vazio!

 

Passei por lá, mas o desvio não fez qualquer sentido. Tudo vazio!
Exagero, talvez: havia três turistas e alguns velhos resguardados nos bancos do largo… Só o sol dava algum brilho ao celebrado edifício, ali postado à espera. Até quando?
Nem o D. João V que ali voltasse teria qualquer vontade de se rever na sua megalomania. E o próprio José Saramago, se o acompanhasse, pensaria certamente que a melhor fantasia seria a da demolição do convento…

16.3.21

Como se fosse um pastel de nata...

 

Como se… com ou sem postigo.

Hoje, decidiram proibir o 'café ao postigo' no Centro Comercial da Portela.

A maioria dos estabelecimentos acatou a decisão da Autoridade. No entanto, houve quem encontrasse uma solução para o novo problema…

Com ou sem pastel de nata, foi possível solicitar uma bica em copo de plástico e servi-la numa caixa devidamente fechada. Só faltou o lacinho!

Discretamente, o cafeinómano lá foi bicar para o jardim…

15.3.21

Exemplar

 

Não o levaram à escola nem procurou qualquer postigo para tomar café. Também não leu o jornal nem  viu televisão. De redes sociais, nada sabe.

Pousou num galho e ali ficou, confinado por vontade própria. Apesar da folhagem ainda ser escassa, tenciona passar ali a noite, apenas desejando que anoiteça e que amanhã seja um novo dia, tão sossegado como o de hoje.

Depois se verá, porque, embora pareça, nunca está sozinho. Para o bem e para o mal!