21.1.11

Um pouco de cor, um fio de luz...

A sombra fria parece abater-se sobre a velha pátria exaurida e nada do que possa acontecer no Domingo parece poder alterar o rumo... Só a luz e a cor insistem em nos lembrar que, para além dos títeres, há sempre um futuro em aberto... Por isso não o desperdicemos...

20.1.11

7…

Se não tivéssemos comprado 2 submarinos, hoje, seríamos um povo feliz. O défice seria de 7%! Ora, como bem sabemos, o povo ama, como nenhum outro, a redondilha maior e o heptassílabo. Desde que os trovadores se “aportuguesaram” que o octossílabo e o decassílabo entraram  em decadência na língua do povo… Camões ainda tentou mudar o estilo sorna e labrego, substituindo-o por um estilo grandíloco, cheio de oitavas e de decassílabos heróicos, mas sem êxito. A decadência já assentara arraiais nas mentes lusíadas!

Os nossos parceiros europeus já compreenderam que obrigar-nos a baixar o défice dos 7% é o melhor caminho para acabar, de vez, com a raça lusitana! O 7 é a nossa porta de entrada e de saída (a nossa alma!) e sem ele, só nos resta morrer de inacção…

Entretanto, enquanto a hora derradeira não chega, ainda podemos ir votar no pentassílabo, apesar do risco de voltarmos ao decassílabo, e de cairmos definitivamente no abismo ao som do cavaquinho de pé quebrado…

18.1.11

A Sagrada Família…

Enquanto o Governo procede à destruição paulatina da escola pública, o Candidato incentiva alunos, professores e pais a revoltarem-se contra a redução dos subsídios ao ensino privado.

De momento, o Governo está empenhado em transferir as responsabilidades de financiamento para os fundos europeus e, sobretudo, em alterar a matriz curricular, eliminando, por exemplo, a Área de Projecto, e fazendo tábua da revisão curricular aprovada pela Assembleia da República.

Em síntese, a Sagrada Família prossegue o objectivo de entregar o Estado aos grupos de interesses que se foram constituindo desde 1974.

16.1.11

No mar que nos roubaste…

 Não há dinheiro para que as crianças do 1º e 2º anos possam praticar natação, mas o Candidato propõe que se crie um Ministério do Mar. Provavelmente, está mais preocupado com a rendibilização dos mil milhões de euros gastos na compra de 2 submarinos! E vale a pena não esquecer que um já se encontra em reparação no Alfeite.

14.1.11

O mujimbo…

“O mujimbo é uma arte de governo.” (Pepetela, Lueji)

Entre a verdade e a mentira vive o mujimbo (o boato). Em pleno relativismo cultural, só o mujimbo circula impune e impõe a sua lei.  (Um candidato sente-se abraçado pelo povo; um segundo fala em nome do povo; um terceiro diz-se acima do povo.)

A ninguém interessa o número exacto da dívida! A ninguém interessa a delimitação do conceito! E como não interessa a ninguém, o número torna-se intangível e o conceito desliza, sob a forma de noção, para uma suave indiferença que mata definitivamente a verdade e a mentira.

A velha dicotomia extingue-se iluminada pelo mujimbo. 

13.1.11

Se aposta em 2011…

Engenharia de Software Teoria Matemática Avaliação de Risco
História – investigação Prevenção e reabilitação auditiva Manutenção da higiene oral
Análise estatística Analista de sistemas Meteorologia e ambiente
Biologia e ciências afins

Não pense na crise! Procure uma escola onde possa aprender uma das profissões acima enunciadas. Esta lista vem publicada  no i de hoje, 13 de Janeiro.

Creio, no entanto, que este diário se esqueceu  da política, porque o Diário de Notícias acaba de demonstrar que a melhor forma de “ganhar” dinheiro exige filiação numa organização política e posterior estágio num sindicato / ministério. Depois é só esperar pela nomeação para a GALP, EDP, REFER, CGD, Banco de Portugal, Portugal Telecom…

11.1.11

Indicadores…

Hoje, de manhã cedo, numa pastelaria da Praça Dona Estefânia, em Lisboa, um cliente dirige-se ao balcão e declara secamente à funcionária: Quero urinar!

Há dois dias, no Centro Comercial Vasco da Gama, no Parque das Nações, um suposto cliente de meia idade entra num provador e urina ali mesmo.

Felizmente que destes acontecimentos não corre notícia; no entanto, eles são bons indicadores da degradação dos nossos comportamentos…

E a propósito de indicadores, vale a pena considerar o modo como o Presidente da República comentou hoje os números apresentados pelo Governo. Considerou-os, apenas, um indicador…

Um notável indicador de baixa política!