Um olhar despreconceituado… ou talvez não. A verdade é tudo o que nós ignoramos.
23.2.12
«Numa rua perto (…) Não correu mais sangue.»
22.2.12
Um tempo pobre…
20.2.12
São mil os passos perdidos…
«Al fin y al cabo, al recordarse, no hay persona que no se encuentre consigo mesma.» Jorge Luis Borges, El Otro, El Libro de Arena. |
E quanto a Átila (385-453), rei dos Hunos, também já esqueci a sua crueldade que, ainda antes de ter nascido, teria degolado Úrsula, na cidade de Colónia, no dia 21 de outubro de 383. O mais interessante é que nesta cidade, uma igreja guarda o túmulo de Santa Úrsula e das suas onze companheiras.
Sempre que recordo o passado, acabo por me desencontrar e, simultaneamente, perceber que a escrita é um lugar de perdição. Neste caso, são mil os passos perdidos… ou talvez, uma dúzia de virgens perdidas!
19.2.12
Embora não pareça…
Embora não pareça, o aprumo de nada lhe serve: os ramos murcharam e as pinhas secaram. Em torno, o verde ainda desponta, mas a seca não perdoa. Longe dos caminhos, continuam a desfilar as máscaras, indiferentes ao incêndio que alastra. |
18.2.12
Ao entardecer…
O arame farpado bloqueou-me a voragem…
Entretanto, concluo a leitura da enciclopédia ficcional de Roberto Bolaño, A Literatura nazi nas américas, e fico a pensar na excentricidade, na megalomania, na violência e na irracionalidade daqueles monstros que povoam o continente americano, e cujas raízes ora se escondem ora se revelam na europa…
E claro, o plágio é tão comum que, a páginas tantas (125), acabei por chocar com «o Pessoa bizarro das Caraíbas», cuja morte o encontrou «a trabalhar na obra póstuma dos seus heterónimos.» ( Max von Hauptmann)
(De facto, Roberto Bolaño convida-nos à voragem do entardecer!)
17.2.12
Os monstros…
Os sinais da doença que mina a sociedade portuguesa estão escancarados nas páginas dos jornais e nas televisões. Parece que, repentinamente, os monstros ganharam visibilidade sem qualquer justificação.
Ninguém arrisca uma explicação, ninguém assume a responsabilidade! No entanto, basta entrar numa sala de aula, do ensino elementar ao superior, para perceber que a cultura dominante é laxista: conversas laterais, posturas incorretas, palavras indelicadas, unhas a ser pintadas, lábios secos a necessitar de bâton de cieiro, telemóveis ligados, gorros que escondem headphones; trabalhos por fazer, desinteresse pelas matérias, permanente desatenção, manuais fechados ou esquecidos nos cacifos; falta de respeito por colegas, funcionários e professores. Frequentemente, na sala ao lado, o ruído é tão ensurdecedor … que as palavras que sobram revelam uma fonte anónima e dolorosa.
Claro que há quem defenda que tudo se resolve recorrendo à motivação, de preferência infantil ou, em alternativa, boçal. Talvez, o Carnaval ajude a libertar os demónios!
Com mais de um milhão de desempregados é criminoso manter esta cultura escolar, sobretudo, porque ela só gera mais desemprego, mais crime e mais monstros… E estes não necessitam de chegar a adultos para começar a destruir!
E também não necessitamos de governança porque esta procura o pacto: isto é, estar de bem com Deus e com o Diabo!
12.2.12
A rede social de Fernando Pessoa
Vá, vamos à Gulbenkian, ver como os brasileiros, de forma simples, elegante e digital, navegam na rede pessoana! De facto, Fernando Pessoa não inventou a internet, mas criou muitos dos conteúdos que a podem alimentar – «Sem sintaxe não há emoção duradoura.» |