17.1.21

Máscara para que te quero!

 


Se levo o cão à rua, não preciso de máscara!

Se saio acompanhado, não preciso de máscara!

Se me apetece fumar, não preciso de máscara!

Se decido ir correr, não preciso de máscara!

Se encontro um conhecido, não preciso de máscara!

De bicicleta e cabelo ao vento, não preciso de máscara!

(Sou um ator que deitou fora a máscara, porque no meu palco sou o protagonista!)



16.1.21

Os intocáveis!

As portas vão sendo encerradas, mas nem todas. 
À porta das que ficam abertas, formam-se pequenos grupos mascarados, mas sorridentes. Não se compreende porque estão ali, contentes de si, talvez, e lastimando a desgraça alheia, sempre com o mesmo argumento: não cumpriram e agora pagam.

Naquele sol, gozam a liberdade de desafiar a regra que, com tantas exceções, lhes permite circular permanentemente, pois há sempre uma necessidade premente de ir aqui e ali… e ficar na montra…

Sim, porque o mais importante é a montra que ajuda a fazer prova de vida e de intocabilidade.

Até que o diabo bata à porta… E aí é um ai jesus de que a culpa é dos que nunca cumprem.
 

14.1.21

No tempo morto


Estava a pensar que, quando fosse ao supermercado, poderia comprar um livro para ocupar o tempo morto, mas não é possível. Em alternativa, posso-me empanturrar de carnes e de bebidas mais ou menos espirituosas... que me adormecerão os sentidos e me atrofiarão a mente...

Parece-me uma estratégia acertada, pois, lá pelo meio do confinamento, terei de passar pela mesa de voto, e, nesse dia, comprenderei certamente que a leitura só me teria emperrado o discernimento…

E a propósito de palavras soltas, quero testemunhar, aqui, que, nos últimos meses, entrei por duas vezes numa igreja e não senti que o vento frio tivesse afetado qualquer um dos participantes na cerimónia - respetivamento, um funeral e um casamento…

Fiquei até com a sensação que, se desligarmos o ar condicionado e abrirmos as portas, tudo correrá de feição. 

No entanto, sempre que entro numa igreja, lembro-me dos comediantes que durante séculos se viram impedidos de deixar os ossos em solo sagrado. 

Talvez seja em nome dessa memória que respeitamos o Templo e deixamos que a Cultura definhe...

13.1.21

Em resumo...

 Em resumo, os inúteis vão ter de ficar em casa. Evitam-se, assim, males maiores, designadamente, o cavaco na esplanada, o exercicio no ginásio, o pasmo nas casas de espetáculo, a gula nas pastelarias e nos restaurantes … e a circulação de todos os morcegos - perigosos agentes de Mefistófeles.

12.1.21

Já não sei...


Já não sei se devo olhar de cá para lá, se de lá para cá. Sei, no entanto, que a escolha não é gratuita.

Num tempo em que a decisão se estribar, a todo o custo, no parecer  de cientistas, em franca divergência, o que vemos é que a escolha é cega - voltamos ao confinamento geral…

Hoje, mais 155 óbitos devido à Covid-19! Contudo, nos últimos 7 dias, morreram mais de 500 pessoas por dia... Parece que ninguém olha para esta face da realidade…

Do que oiço, uma das causas do acréscimo dos contágios reside na indisciplina em certos contextos. 

Como bem se sabe, disciplinar não deve ser um ato irracional. Exige vigilância e sanção... de proximidade. 

9.1.21

É DE PASMAR!

Ontem, 118 óbitos! E, hoje, quantos serão?

Gastam-se milhões, mas a evidência é que a ação é avulsa. A ação é reativa, está entregue a gente que não sabe enfrentar o problema.

Os lares continuam a não estar devidamente equipados. 

As populações, que não têm meios para proteger os seus velhos, continuam entregues a si próprias...

Os trabalhadores não são devidamente acautelados nos seus movimentos quotidianos

Os hospitais continuam a não ter os meios necessários para enfrentar situações de calamidade. 

A saúde continua a ser vista como um negócio altamente lucrativo.

FECHAR O PAÍS NÃO É SOLUÇÃO!

Chegamos ao ridículo de andar preocupados com as próximas eleições quando os candidatos sabem, de antemão, quem será o vencedor, aproveitando o tempo de antena para nos estupidificar um pouco mais… Por outro lado, em vez de defender o voto eletrónico, continuam a partilhar o erro de que a saída dos lares ou de casa para votar não trará mal ao mundo... ou que a recolha de voto poderá ser feita sem prejuízo para os mais fragilizados.

É DE PASMAR!

6.1.21

3 graus

 

Leiria
Faz frio, mais do que o habitual. O rio é outro! Mesmo que a imagem tenha sido capturada noutro dia, não tenho notícia que a neve o cubra, ao contrário de outros lugares, distantes, onde os corvos não param de voltear - pelo grasnido os reconheço…

Dos candidatos a PR não sei que dizer! Grasnam sobre a presa descuidada, à espera de lhe tomar o que resta da alma - o que, como é sabido, é o nada…

Não fosse a carcaça, e os corvos já teriam retirado…

Os números não enganam - nunca pensei tal dizer! Os velhos, com este frio e com estes corvos, estão condenados a morrer… a morrer, absurdamente.

O resto é  propaganda!