24.4.11

Palco aos novos…


Uma criação colectiva que prescinde da figura do encenador, mas que valoriza a encenação. Por outro lado, o que parece discurso estereotipado transforma-se progressivamente numa forma de afirmação que rejeita a lamúria e a explicação culpabilizante. Se mais não houvesse, bastariam estes dois argumentos para que a sala do Teatro Turim esgotasse!
PS: Na sessão das 17 horas, de hoje, domingo de Páscoa, três belas actrizes representaram para 8 espectadores. Um privilégio, mas não abusemos!

23.4.11

Ovos de Páscoa


Trouxe-os de longe /
em sonhos de ouro /
berlindes de infância / 
arautos de ninfas…

E agora vão fora /
ovos de Páscoa…
      

22.4.11

Teixeira dos Santos

Teixeira dos Santos, desde 2005, ministro da fazenda, voluntaria ou involuntariamente, delapidou-a ou deixou delapidá-la. Num país com poucos recursos, este ministro não pode receber ordens! Compete-lhe interpretar, a cada momento, a situação financeira do país, impedindo que a megalomania dos seus pares, ou mesmo do primeiro ministro, arruine o país.
Vista a questão deste modo, este ministro das finanças revelou-se um homem sem o carácter exigido pelas circunstâncias!
De qualquer modo, não faz  sentido o alarido criado em torno da sua ausência da lista de candidatos a deputados do Partido Socialista.
Como escreveu Aquilino Ribeiro em Aldeia, Terra, Gente e Bichos (1946): «O português resigna-se a tudo menos a não ter opinião ou a não deitar a sua sentença. E como se julga o mais competente, vá de impor-se e não permitir que os outros pensem diferentemente. O nosso sectarismo e mesquinhez social estão muito nisto.»  

21.4.11

Ao contrário de Sísifo...

No tempo em que o vinho parecia ser para todos, não havia quem quisesse saber de nós, a não ser para nos filar as colónias. Desfeito o império, regressámos às origens, acreditando que a Europa nos acolheria e nos recompensaria da longa viagem e da longa diáspora...
Agora, sob o olhar arrogante dos poderosos, digladiamo-nos como se não houvesse amanhã! No entanto, se quisessemos, poderíamos traçar novo rumo: aplicar as nossas energias na terra e no mar. Nem sequer era preciso o longe, porque o eldorado  esteve sempre perto, senão em nós mesmos...
Se começassemos por valorizar o trabalho, por descobrir novos trabalhos, em vez de aceitarmos os inúteis trabalhos de Sísifo...  talvez o vinho fosse merecido, fonte de vida, e para todos!
/MCG


20.4.11

Gravidade…


O tempo não está para jogos florais!

Ao contrário do velho bode que bem sabe que a sua missão é perpetuar a espécie, o velho Portugal perde-se em Guerras de Alecrim e Manjerona! Guerras estéreis e suicidas!

O velho e ignaro Portugal há muito que deixou de ler António José da Silva. Depois de o ter queimado, esqueceu-o definitivamente… Agora, cabeça baixa, verga a espinha, estende a mão e agradece espalhafatosamente que ainda o deixem gerir as migalhas que venham a sobrar do resgate…  

19.4.11

Rios interiores

Bem longe
                do bulício da cidade...
                do FMI..
                do Sócrates e do Passos...
                dos comentadores do momento
                da casca do presente
                dos nobres desatentos
                dos louçãs e dos jerónimos
Com ou sem portas...
                 caminho sem destino
                 atravesso lugares sem saída
E de súbito
                   compro queijo de cabra, a estranhos queijeiros...
                                   holandeses, talvez!



18.4.11

Interiores…




Visto de fora, o país resume-se a um extenso areal repleto de corpos ociosos. Visto de dentro, o país é um mosaico de interiores, abandonado.
(Por estes dias, perco-me no pinhal interior, nos rios interiores!)