19.5.11

Falsos profetas!

Harold Camping insiste no fim do mundo a 21 de Maio de 2011, às 18 h, deixando perceber que só os cristãos (mesmo que pecadores) gozarão das delícias do fim.

Nos corredores da Comissão Europeia, há, entretanto, quem veja o senhor José Barroso à frente do Fundo Monetário Internacional.

Nas redacções dos jornais, das televisões, das agências de propaganda e  de apostas antecipa-se o regresso de José Sócrates ao poder.

Céptico como sou, decidi tomar algumas precauções: a primeira é que vou ignorar as profecias, sobretudo quando elas colocam no “santo dos santos” – o povo eleito, o povo português.

Apesar da iconografia não ser expressiva, basta, contudo, pensar no sucesso político, artístico e literário do Quinto Império, citando o profeta mais convincente que alguma vez pisou solo luso – o Padre António Vieira, História do Futuro:

Livro Quinto (Tempo, duração e ordem do dito Império)

Questão 1ª – Se o estado consumado do Quinto Império há-de ser antes ou depois do Anticristo? Resp. que antes.

Questão 2ª – Qual dos dois povos se há-de converter primeiro universalmente, para a consumação do dito Império, se o gentílico, se o judaico? Resp. que o gentílico.

Questão 3ª – Quanta seja a duração do dito Império, depois de consumado? Resp. que até o fim do mundo.

(…) Livro VI (Terra em que se há-de fundar o dito Império em quanto temporal, e qual há-de ser a cabeça dele)

Resp. que há-de ser na Europa, em Espanha, em LISBOA.

Como o fim do mundo não chegou no séc. XVII, designadamente em 1666, os portugueses devem estar atentos aos falsos profetas, pois o referido V Império «espiritual e temporal juntamente» É NOSSO por decisão divina… se a fé cristã não nos falecer!

E para quem ande desatento, o melhor é ler MENSAGEM, onde Fernando Pessoa consagra António Vieira como o verdadeiro profeta – o «imperador da língua portuguesa».

( Discurso bolorento para crentes de oportunidade, preguiçosos incuráveis e palhaços de circunstância que não querem ser; apenas querem ter. )

18.5.11

Bem-aventurados os que acreditam!

Aos 89 anos, o norte-americano Harold Camping prediz que o fim do mundo acontecerá no próximo dia 21. Quem não se converter ao cristianismo até às 18 horas desse dia não terá salvação!
E nós aqui a enunciar 78 mil milhões de razões para afastar José Sócrates!

17.5.11

O aparato esmaga-nos…


A menos de um mês de eleições legislativas decisivas, continua por esclarecer como é que o despesismo na educação poderá ser significativamente reduzido. Nenhum partido propõe aos eleitores um plano concreto de reforma do sistema educativo, adaptando-o às necessidades de um mundo em que a imaginação criativa e produtiva é fundamental.

O centralismo que determina a existência de milhares de burocratas e autocratas desvia os recursos financeiros das famílias e das escolas e, por outro lado, empenha-se em programas de maquilhagem que em nada contribuem para a melhoria do ensino em Portugal. Por exemplo, nenhum partido explica como é que a Parque Escolar pode continuar responsável pela recuperação dos edifícios escolares se o monstro, até ao momento, gerou «kits» vistosos e caríssimos, a breve trecho inabitáveis… Nenhum partido explica por que motivo o ensino em Portugal continua a ser gerido por diversos ministérios, criando sobreposição de estruturas que acabam por servir para «capturar» fundos europeus e, ao mesmo tempo, alimentar falsas competências, legitimando a distribuição de empregos e de cargos no estado e nas parcerias publico-privadas pelos sequazes…

E muitas outras questões continuam por responder: Para que servem os actuais centros de formação de professores? Para que serve o actual modelo de avaliação? Como é possível criar departamentos curriculares e manter em funcionamento grupos disciplinares? Para que serve o alargamento da escolaridade obrigatória sem diversificar as fileiras profissionais? Actualmente,centenas de milhar de jovens passam parte da adolescência em escolas, onde nada aprendem a não ser: - desenvolver comportamentos anti-sociais…

15.5.11

Vitalidade…

Indiferente aos nossos pés, o campo oferece-nos expressões de vitalidade que só podem confundir os nossos sentidos… No entanto, esse deslumbramento só acontecerá se nos deixarmos de pressas e de questiúnculas efémeras e inúteis.

14.5.11

As maias…




Aqui, o país é outro! Aves e insectos entregam-se ao amor, embora vigilantes, não vá o inimigo estragar- lhes a melopeia e a dança... Mesmo os coelhos preferem a imobilidade à fuga precipitada! A figueira, deitada na arriba, esconde a flor… E eu espero que Maio continue assim!

13.5.11

Estendais…



Os estendais estão na moda! Soltam-se os jacarandás pela Almirante Barroso; a poesia prospera enquanto a roupa rechaça o bolor, lembrando-me o tempo em que o Augusto Abelaira  escrevia  BOLOR no Outrora - Monte Carlo – Agora - Zara.
O discurso político continua bolorento, redondo… e tal como Abelaira, creio que o melhor é pôr a roupa ao sol, com ou sem barrela!

11.5.11

Em certas situações…

Quando descemos o rio, corremos o risco de nos deixar embalar.  E em certas situações (no caso, insuficientemente pensadas), a fuga ao bloqueio exige decisões instantâneas e capazes de mobilizar os recursos mais próximos.

Hoje sinto-me grato aos meus colegas do júri da modalidade de texto dramático – VI Concurso Literário da Escola Secundária de Camões –, e, em particular, agradeço ao João Santos todo o apoio que me dispensou.