9.5.12

A riqueza dos países

 

Com ou sem memória, à natureza basta que chova para que a seiva jorre, o que me faz pensar que se os neurónios andassem mais à chuva teríamos mais soluções para os problemas que nos afectam.

Na verdade, a riqueza dos países mede-se mais pela quantidade de precipitação do que pela inteligência dos homens. Afinal, sabemos bem que os nórdicos não prescindem do guarda-chuva ou da gabardine… e nós, os do sul, o que fazemos? 

5.5.12

Cravos


Omnipresentes desde Abril 74, os cravos tornaram-se objeto de manipulação laboratorial. Aparentemente, vão perdendo a genuinidade, apesar dos enxertos sofridos desde tempos imemoriais.
“Genuíno”, “natural”, “legítimo”, “sem mistura”, mais não são que noções que revelam a incapacidade de aceitar a mudança, e essa é permanente não, em si, mas porque os homens são mortais.
Uma boa parte dos nossos problemas tem origem na visão desfocada, na cópia de um tempo cristalizado.
E por isso é necessário deixar morrer o que há muito está morto: a falência é um imperativo!  

3.5.12

1.5.12

Persistência

I - Até correu bem, a ida ao teatro. No geral, os alunos souberam respeitar o trabalho dos atores. O grupo A Barraca representou com sobriedade a peça de Luís Sttau Monteiro, Felizmente Há Luar! O encenador privilegiou a palavra, em detrimento dos efeitos sonoros e visuais que, de certo modo, o texto dramático autoriza.

Em palco, para além do círculo da regência, multiplicaram-se os sinais do Estado Novo: figuras dúbias de gabardine e óculos escuros… E Matilde, esposa extremosa do General Gomes Freire de Andrade, cujos afetos hostilizam o desespero do povo, acaba por se consciencializar de que a esperança reside naqueles que conseguem ver para além das cinzas…

II – Maio surgiu, descontínuo e sombrio. No entanto, as amendoeiras e as nespereiras prometem colheita farta. As oliveiras e as vinhas, em flor… Longe, a retórica farta esgota-se em argumentos primários, incapaz de criar um posto de trabalho… A chuva ainda não desistiu de nós!

29.4.12

Cabeleira vs Gomes

TRABALHO DE PROJETO
Literacia de Escrita
em Candidatos de RVCC
Maria José Alves Ferreira
CICLO DE ESTUDOS CONDUCENTE AO GRAU DE MESTRADO
EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
Área de especialização em Formação de Adultos
2011

«No segundo ano de estágio, por razões diversas, o grupo ficou reduzido a dois elementos, eu e ao meu colega Rui Ferreira, tendo tido como orientador de estágio o professor Manuel Gomes Cabeleira, o nosso delegado de grupo. Este foi um grupo que, na minha perspetiva, funcionou muito bem, pelo clima caloroso de entreajuda e de partilha.»
«Quanto ao nosso orientador de estágio, quero deixar aqui uma palavra de apreço e reconhecimento pelo seu apoio e pela disponibilidade que sempre manifestou em todo o processo. A sua orientação competente e empenhada foi um contributo precioso para o meu desenvolvimento, tanto a nível profissional como a nível pessoal. Foram extremamente valiosos os seminários que dinamizou, eles me permitiram conhecer melhor todas as potencialidades que estavam ao meu alcance no sentido de um trabalho mais rigoroso e consciente.» (1991/1992, Santa Maria –Sintra)
- Obrigado, Maria José Alves Ferreira!

/MCG

27.4.12

Arte ou depressão?


A ordem dos termos pode ser arbitrária? Ou será que tudo parte da dor? E se assim for, a dor pode ser convertida em flor e dar fruto, e nesse caso a mulher leva a palma, deixando ao homem o rasto destruidor, a não ser que o artista nele se abra…

24.4.12

A raiz do fascismo é a estupidez

O filósofo holandês, Rob Riemen, de visita a Lisboa, “agradece” aos portugueses termos mandado Bento de Espinosa para a Holanda para lhes ensinar que «a essência da liberdade não é teres o que queres; é usares o cérebro para te tornares num ser humano bem pensante.» E por outro lado, Rob Riemen recorda-nos as palavras de Frederico Fellini sobre as causas do fascismo: «Eu sei o que é o fascismo, eu vivi-o, e posso dizer-vos que a raiz do fascismo é a estupidez. Todos temos um lado estúpido, frustrado, provinciano. Para alterar o rumo político, temos de encontrar a estupidez em nós.»

Nestes dias, a celebração da liberdade tornou-se um modo de esconder a estupidez que nos mina e de abrir as portas ao fascismo, sempre patrioteiro e pronto a inventar novas fronteiras.