14.12.16

Eu nunca fui a Benguela!

Eu não vou à piscina!
Eu não bebo coca-cola!
Eu nunca fui a Benguela!
No entanto, o tio Vítor foi a Luanda dizer que era dono de uma piscina cheia de coca-cola em Benguela!
(...)
Eu ainda tenho um tio que conheceu Luanda, Sá da Bandeira e Benguela. (Um dia ofereceu-me um avião que esteve imenso tempo imobilizado sobre um guarda-fato!) Este tio nunca me deu conta da existência de qualquer piscina cheia de coca-cola - nem sequer na Jamba! A verdade é que este tio, que deixou Angola minutos antes do camarada Neto presidente da RPA ter tomado de posse, se recusa a contar a sua desventura africana...   
(...)
Em Luanda, parecia só haver gasosa, uns camaradas cubanos, sem esquecer os camarades sovietes a construir um mausoléu com forma de foguetão...
Em Lisboa, já ninguém sabe quem foi o camarada presidente Neto, para quem os camaradas sovietes iam construindo um mausoléu leninista... e muito menos o que é um mausoléu...
Em Lisboa, os putos nasceram todos a beber coca-cola e a ver televisão a cores, e pensam que a natureza é uma chatice... e que o passado nunca existiu.
Em Lisboa, nem na rua há putos. Estão todos online, não se sabe a fazer o quê... talvez, a experimentar o cyberbullying ou a aprender uns truques de magia para matar o tempo nas aulas de Português. 

13.12.16

O seu a seu dono

A administração do Santander afirma ter tomado, por 46 vezes, a iniciativa de propor a renegociação desses contratos, face aos potenciais prejuízos acumulados depois de 2008. Mas, na ausência de um acordo, os 9 contratos de swap, celebrados entre junho de 2005 e novembro de 2007 com a Metro do Porto, Metro de Lisboa, STCP e Carris, estão a ser julgados desde o passado dia 12 num tribunal em Londres, por iniciativa do banco espanhol.

Como prezo o rigor, relembro que os piores contratos de swaps são posteriores a junho de 2005, e que António Guterres, foi primeiro-ministro de Portugal entre 28 de outubro de 1995 e 6 de abril de 2002.
Almeida Garrett defendia, nos anos 40 do século XIX,  a criação da lei da responsabilidade ministerial que punisse todos aqueles que pusessem em causa a "res publica". Não sei se na arca do legislador existe tal lei, verifico, no entanto, que as responsabilidades continuam por apurar... o que permite que "as guerras de alecrim e manjerona" se perpetuem...
De qualquer modo, quem é que lê António José da Silva e Almeida Garrett?

Em 2013, quatro empresas públicas de transportes de passageiros consideraram inválidos os contratos 'swap' celebrados, suspendendo os respetivos pagamentos. Em causa está uma factura superior a 1.300 milhões de euros.
O Tribunal Superior (High Court) de Londres rejeitou esta terça-feira um recurso de quatro empresas públicas de transporte portuguesas, mantendo a decisão da primeira instância que determinou a validade dos contratos 'swap' com o Banco Santander Totta (BST).

12.12.16

António Manuel de Oliveira Guterres

Não é possível ficar indiferente!
António Guterres, nascido a 30 de Abril de 1949, tomou hoje (12.12.2016) posse como secretário-geral da ONU, o cargo mais distinto a que alguém pode aspirar, não pelo força que possa deter, mas porque poderá efetivamente contribuir para a construção de um mundo diferente, para melhor: mais solidário, mais pacífico e mais equitativo.
Na cena internacional, esta é a posição mais elevada que um português jamais atingiu. Um português que sempre procurou ser melhor nos estudos, na vida profissional, na vida política e, sobretudo, na defesa dos mais pobres e das vítimas das guerras e das calamidades que têm assolado os vários continentes.
Com este perfil, acredito que António Guterres tudo fará para que, doravante, o mundo seja um pouco menos triste, mesmo sabendo que a mesquinhez dos interesses lhe criará novos obstáculos, todos os dias.
Mas há que subir a montanha!

11.12.16

No reino das sombras

Um destes dias, alguém me perguntou se o "epílogo" surge no princípio ou no fim da obra... surpreso, respondi sem perceber a razão da questão. Era suposto o leitor observar o manuscrito e verificar a posição da sequência...
Entretanto, não pensei mais no epílogo até que, ao assistir ao bailado "La Bayadère", no Teatro Camões, recordei o episódio no meio do terceiro ato " No Reino das Sombras".
Não sei se por causa da duração, a verdade é que me interroguei sobre o motivo porque demoramos tanto tempo nesse reino sombrio... Afinal, dele nada sabemos!
Para nosso bem, e sobretudo dos que nos acompanham, o epílogo deveria ser breve... e quanto ao reino das sombras já era tempo de o democratizar, pois creio que por lá o poder é poeira...

10.12.16

O tempo anterior

Esquecer os problemas! Nem sempre o trabalho o consegue, pois muitos dos problemas advêm do próprio trabalho... Por estes dias, estou a contas com 'trabalhos' que revelam falta de rigor.
Falta de rigor não do momento, mas do tempo anterior - um tempo lúdico que, por ser tal, se aceitou que pudesse pactuar com o desleixe, com a desatenção e com a indisciplina... Tudo, a meu ver exógeno, mas que os cientistas do comportamento insistem em considerar endógeno; por pouco, dirão que as atitudes são inatas e, como tal, todas desculpáveis...
De qualquer modo, o que mais me preocupa é que, num tempo em que o trabalho é raro, este tempo anterior gere tanta inadaptação, tanta desorientação, tanta irresponsabilidade. 

9.12.16

Não há como o trabalho...

Não há como o trabalho para nos fazer esquecer os problemas! Sobretudo, quando, por entre tanto disparate, nos surge pela frente um jovem de 15 anos que não só leu detalhadamente a Odisseia, de Homero, como é capaz de a apresentar oralmente, captando a atenção dos colegas...
Oralmente, sim, porque a maioria cultiva a leitura, convencida de que a eficácia comunicativa é atingida com tal suporte...
Bom, não estraguemos o dia com lamúrias e consultas estafadas que insistem em ignorar o mundo que nos abraça.
Como se de finda se tratasse, remato lastimando que o Criador ande tão esquecido de que, para além de sofrer, todo o Homem deve trabalhar para ganhar o pão de cada dia...

8.12.16

Tolhido, em dia santo e feriado

Ontem, nada registei porque a tensão arterial me tolheu os movimentos, quase todos... As causas ficam por explicar... apesar de uma quota da responsabilidade poder ser atribuída ao Dédalo lisboeta que insiste em derrotar o automobilista que, de súbito, se vê a braços com a necessidade de se deslocar a vários lugares da cidade em plena hora de ponta...
Hoje, ainda tolhido, vejo-me obrigado a reduzir as tarefas, rejeitando a hipótese de me deslocar a um hospital, porque tenho a certeza de que a tensão iria aumentar de tal modo que o organismo não resistiria ao choque hospitalar. Sim, porque o SNS, em dia santo e feriado, derrota qualquer utente que decida entrar-lhe portas dentro...
Resta-me, assim, relembrar o dogma da Imaculada Conceição, padroeira de Portugal, desde o dia em que D. João IV, no Paço de Vila Viçosa, lhe outorgou a coroa, talvez por agradecimento, iniciado por D. Afonso Henriques e reforçado pelo santo Nuno Álvares Pereira, por "nos ter livrado dos nossos inimigos", apesar de Sua Alteza não ter assistido em vida à capitulação do inimigo "castelhano"...
Como já estou a ficar cansado, deixo para melhor oportunidade uma particular reflexão sobre a necessidade que deu origem ao dogma, no singular e no plural, pedra angular da Santa Madre Igreja e do Reino de Portugal e Algarve, sem esquecer os territórios situados para lá (ou no meio) do mar...