12.4.20

Talvez a dor!

Há um mês, chovia... seria uma quinta-feira!
O último teste presencial tornara-se impossível - avisei os alunos de que a partir daquela data tudo seria realizado através da Internet. Eles, incrédulos, lá registaram o meu endereço eletrónico para me poderem solicitar o envio daquele que seria o meu último teste...
Antes de sair da sala, decidi esvaziar a gaveta da secretária e entregar o cadeado e a respectiva chave ao funcionário... (privilégio recente!)
Entretanto, passei pela Sala de Professores, onde abri o cacifo e  o esvaziei, fugindo para a rua - o meu filho esperava-me no carro na Almirante Barroso... 
A emoção apertava-me o coração, mas ninguém se apercebeu... se era de dor se de libertação.
Até hoje, não voltei, embora me falte devolver duas chaves - inúteis.
Neste momento, a sirene dos bombeiros avisa os incautos que devem abandonar a rua... Talvez a dor saia vencedora!

11.4.20

De regresso

Évora
Não se assustem! Não vou voltar à escola, regresso ao presente... da desmaterialização... não só do papel... Já que confinado, espero (?) ter tempo para levar a cabo a tarefa... embora tudo possa acontecer, até a desmaterialização do meu próprio corpo... 
Em poucos meses, sem promessa de ressurreição, já foram desmaterializados mais de 100 mil corpos...e esta purga vai continuar.
Falava de regresso para esclarecer que nos últimos dias não tenho vivido no passado, apenas desterrei umas ossadas de que, na azáfama, me esquecera.
E bom seria que não esquecêssemos o passado!

10.4.20

Os amigos

Em novembro de 1996, conclui o mestrado em Relações Interculturais na Universidade Aberta. Os meus alunos da unidade orgânica "Ciências da Educação" da Universidade Autónoma de Lisboa decidiram celebrar o acontecimento. Creio que nunca lhes agradeci devidamente o gesto. 
Por isso, hoje, apesar da distância temporal e do confinamento atual, aproveito para lhes dizer que nunca os esqueci e que espero que a mudança que se avizinha não lhes seja pesada... Bem hajam!

7.4.20

Em Santarém

No tempo em que a leitura de 'As Viagens na minha Terra" ainda fazia sentido, organizávamos visitas de estudo a Santarém - a pé,  do Largo da Sá Bandeira íamos até às Portas do Sol...
Por ali andara Garrett guiado pelo Passos Manuel... E o que os meus jovens alunos não sabiam é que também eu ali vivera e muito menos suspeitavam que os pórticos,  aos quais voltavam as costas, tinham para mim um significado inolvidável. No interior do antigo Colégio Jesuítico vivera 5 anos e meio... 
Muito menos imaginavam que o professor de Português tinha começado a sua atividade docente no Liceu Passos Manuel...

6.4.20

Nos anos 80

Sintra - Escola Secundária de Santa Maria
Parece que alguém não gostou desta fotografia. Talvez demasiado escura! No entanto, isso não autoriza que se apague o conteúdo do post, creio... Se alguém a conseguir melhorar, agradeço.

4.4.20

No século passado

Uma forma diferente de abordar Fernando Pessoa - toda no feminino...
Protagonistas: Idalina Duarte; Rosa Badajoz; Clara Marques; Paula Sousa...
Lugar: Escola Secundária de Santa Maria - Sintra.

2.4.20

Em abril...

Saio uma vez por dia, pelas 9 horas.
Caminho durante 40 minutos, longe dos homens... só um ou outro cão se aproxima de mim. Observo a displicência e a preguiça dos melros, sem esquecer a florescência...
É assim desde meados de março!
E aproveito a caminhada para fazer as imprescindíveis compras, sempre em lugares pouco concorridos.
Espero não estar a cometer qualquer infracção e, sobretudo, não estar a prejudicar quem quer seja - sempre fui muito obediente!
(Um português nascido e criado durante o Estado Novo com alguns assomos de rebeldia, que não sei se à época foi devidamente registada.) 
Neste abril para evitar equívocos, decidi deixar o telemóvel em casa...