5.2.09

O controlo

O controlo aperta: à distância e na vizinhança e o medo ganha forma, deixa de ser uma ideia abstracta.

4.2.09

Em Fevereiro, anoitece…

A liberdade de escolher não deveria ser tolhida por ninguém, mesmo que, por vezes, o custo possa ser elevado. Aquilo a que assisto diariamente é confrangedor.

A consciência individual e colectiva é manipulada pelas agências de informação e pelos pequenos títeres que pululam um pouco por toda a parte.

O objectivo é instalar o medo, silenciar a voz…

31.1.09

Ervas daninhas, enguias e pegas

Janeiro 2009, um mês diferente… Chuva, vento, frio e até neve… Já em Dezembro, o Sol desaparecera aos poucos… Tudo sombrio, como se o tempo apenas quisesse acompanhar a decadência das sociedades ditas desenvolvidas..

Estamos no Inverno e parece que caminhamos para o Inferno… Nem o primeiro ministro escapa! A ser verdade o que se diz, o nosso primeiro deixou-se encharcar….

Mas se a chuva nós a sentimos nos ossos, a verdade, porém, é enguia escorregadia. Nem a folha de figueira a conseguiria segurar, sobretudo, neste Inverno de figueiras despidas e ervas daninhas…

Quanto aos Ingleses, convem não esquecer que já o rei D. João I teve que se defender da acusação de D. Filipa de Lencantre que lançara o mujimbo de que sua a Alteza a traía com todas as belas da Coorte…

Dessa intriga, ficou-nos o humor régio bem gravado nos tectos do Paço Real de Sintra…

Se ao menos (José) Sócrates tivesse um pingo de Humor!

29.1.09

Ontem, 28 de Janeiro…

Nascido a 28 de Janeiro de 1916, Vergílio Ferreira (homem, professor e obra) foi lembrado na ESCAMÕES.

Num auditório meio cheio,

Helder Godinho, Ana Turíbio, João Lucas, Valente Rosa, Madalena Contente, Cristina Duarte, todos deram, com rigor, conta do afecto e da veneração que continuam a sentir pelo amigo, mestre e acérrimo defensor da língua portuguesa.

A lição foi de tal modo harmoniosa que a assistência se encontrou por momentos seduzida e mergulhada num estranho rito de iniciação.

Não sei se os jovens terão decidido desfolhar a obra ou se ficaram a pensar em procurar o sentido da vida. Sei, no entanto, que este encontro é daqueles que fazem falta, mesmo se mediados pelo texto ou pela voz.

E por tudo isto é imperdoável que estes “encontros” não sejam gravados. 

Quando delapidamos a memória, amputamos o futuro.

Não sei como explicar…

É talvez cedo!|

Não sei como explicar que viver é muito mais do que satisfazer impulsos, desejos, do que ficar mais um minuto na cama.

Viver é construir a vida…

Não sei como explicar que não há vida sem o outro… mesmo que seja apenas texto.

Não sei como explicar o que é o outro.

Mas sei que se não estiver atento jamais serei esse outro…

Jamais viverei.

É talvez cedo!

24.1.09

Da evasão…

«Toda a literatura é um plano de evasão. Ele faz ferver todas as cabeças e aguçar todas as inteligências. (…) O aluno tem que apostatar do mestre, senão não será digno dele.»Agustina Bessa-Luís, Da educação, DN, 8.02.1992

Há anos que um texto de Agustina Bessa-Luís me obsidia. Quando menos espero, uma página amarelecida pelo tempo coloca-se sob o meu olhar e lá a volto a ler o artigo sobre a Educação. E esta leitura faz-me sempre questionar sobre a importância da literatura na formação do cidadão e, sobretudo, sobre o modo como ainda se aborda a literatura nas famílias e nas escolas. Já pensei em libertar-me deste pedaço de papel, mas não consigo. É como se ao rasgá-lo me rasgasse também a mim.

Eu que sou licenciado em Literatura Portuguesa e mestre em Literaturas várias, embora passe a maior parte do tempo no desemprego deste ofício, não posso deixar de pensar que, ao transformarmos a literatura numa minudência, que bem que soa esta palavra!, mas infelizmente não é a adequada, pois não quero pensar que a literatura é uma minúcia, mas, sim, que foi marginalizada, desvirtuando-a da sua verdadeira função: substituir as pessoas reais.

E esta função é tanto mais urgente quanto «as pessoas reais estão muito distantes e não se encontram disponíveis, tanto para ser imitadas como para ser admiradas.» citação ligeiramente alterada – do pretério imperfeito de Agustina para  o nosso presente.

22.1.09

O dia D, o dia M, o dia J

I -Aproxima-se mais um dia D: o Parlamento vota mais uma vez se a avaliação dos docentes deve ser suspensa ou não. Os Senhores Deputados vão  brincando à avaliação! Só tarde, poderão voltar ao trabalho político, tristes…

E é triste o ponto a que se chegou nesta matéria: o que devia ser tratado com discrição e rigor transformou-se em moeda falsa que serve para tudo.

Independentemente do resultado, o espectáculo da manipulação e da propaganda está montado…

II – Quanto à Justiça, estamos falados. É tudo uma questão de compadres – pais, filhos, tios, sobrinhos, enteados, isto sem falar nos primos. Quando a mesa se torna menos abundante, desatam todos à cadeirada, e logo os jornais (senão antes!?) nos inundam com meias verdades e meias mentiras…

Impunes, quase todos!