14.4.13

Mil Regos, ontem e hoje



No intervalo, a polémica sobre os direitos! Vamos ver qual será o resultado final…

Pelo menos, o estacionamento deixará de olhar o mar! E tudo, à volta, fica com um ar mais limpo!

Esperemos que a modernização dos equipamentos não esconda qualquer favorecimento e consequente enriquecimento ilícito…

13.4.13

Flores deste Abril







Estas flores foram colhidas hoje. Fruto genuíno deste Abril, elas rivalizam com muitas outras que aqui não registo, mas que guardo no meu álbum.

Deixo-as aqui para todos os que nos últimos anos vêm insistindo no cravo e na rosa, que não compreendem a sua caducidade, e que ignoram que, depois das chuvas, a natureza resplandece em novidade e cor.

E que sem esse esplendor não há futuro!

12.4.13

Património desvalorizado


Ninguém sabe quanto vale o património português na Balança da Europa.
De tempos a tempos, regresso ao Convento de Cristo, em Tomar, e saio de lá com a sensação de que nem tudo é feito para lhe devolver a dignidade que ele merece como monumento representativo da identidade portuguesa.
Portugueses e estrangeiros continuam a deparar-se com a fachada degradada, apesar do restauro que tem sido feito no interior.
Se o problema é de financiamento, parece-me que o melhor seria onerar um pouco mais o preço do bilhete de entrada, reservando essa receita para o restauro e conservação do edifício.
Portugal tem, em muitos casos, um património mais antigo e mais valioso do que outros povos europeus, que continuam  a ver-nos como se fossemos os cafres oriundos da África equatorial.
Para combater o estereótipo, há que apostar na limpeza!

11.4.13

Em Constância a lenda perdura

Depois de no Convento de Cristo terem sido armados novos cavaleiros da Ordem de Cristo, rumámos a Constância. Aos poucos, o sol instalou-se no Horto do Poeta… e eu fui esquecendo que deveria estar a participar num fórum sobre construção de itens de resposta restrita ou a responder às questões que me iam caindo no telemóvel sobre a avaliação externa.
Cheguei mesmo a esquecer a notícia de que a reforma só aos 67 anos de idade!

10.4.13

Filtros

Hoje, são filtros! Ontem, era a censura! Outrora, a consciência!

Na minha adolescência, o exame da consciência era diário e tinha hora marcada. Cedo, percebi que esse exercício me trazia prejuízo - sentimento de culpa. Mais tarde, entendi que esse era o objetivo: a responsabilidade era individual - o mal estava do meu lado, e por isso o inferno era o meu destino.
 
Ao sair da adolescência, Freud convenceu-me que a consciência não passava do parente pobre do meu psiquismo, pois ela mais não era que os olhos cegos do poderoso subconsciente. Lá se acoitavam os padrões de cultura - começava a compreender que a responsabilidade me era imposta, apesar da minha margem de revolta ser limitada. E Sartre passou a acolitar Freud com a famigerada ideia de que l'enfer ce sont les autres! De qualquer modo, o que mais me seduziu foi o ignoto deo freudiano - o inconsciente (o ID)! De súbito, mergulhei no fascínio de que a censura, imposta pelo consciente e pelo subconsciente, se diluísse numa escrita dadaísta / surrealista! Havia por ali uma líbido insaciável que subjugava tudo - o prazer deixara de suportar qualquer tipo de censura; a arte deixara de suportar qualquer tipo de censura; a ideologia, em nome do inconsciente coletivo, desprezava de tal forma a censura que ressuscitou a antiga CENSURA... e o genocídio dos outros!
 
Agora, começo a persuadir-me que o tempo mais não é que uma série de filtros! E relembro a velha mula a quem o cabresto reservava duas belas palas que lhe restringiam a visão lateral! A realidade está de tal maneira secionada que deixei de ter hora marcada para o velho exame de consciência e, ao passar na Avenida do Brasil, chego a pensar que os seguidores do ignoto deo freudiano enriqueceram a vender todo o tipo de filtros... 
E mais não acrescento, porque já estou a pensar que a pala (o filtro) não passa de uma máscara. E eu não sou assim tão antigo! Ou serei?   

9.4.13

Encontro com João Tordo

No Auditório da Escola Secundária Luís de Camões, João Tordo, 37 anos de idade, explicou o que entende ser o ofício de escritor a uma plateia de cerca de 200 alunos e professores.
Através de um discurso provocatório e num registo familiar a roçar o non-sense, interpelou os jovens que dão mais atenção ao marketing do que ao trabalho, preferindo ler José Rodrigues dos Santos, Fátima Lopes ou Júlia Pinheiro e quejandos, àqueles que se aplicam arduamente no exercício da escrita.
Para João Tordo, o ato de escrever, mais do que compilação de informação, exige uma imaginação narrativa que seja capaz de inventar uma história a partir de motivos reais, mas intangíveis, como se corressem lado a lado, impossibilitados de se tocarem.
A arte do narrador existe quando consegue dar verosimilhança a essas linhas soltas e descontínuas do real.
Finalmente, não querendo desobedecer à proibição de o citar nas redes sociais e blogues, registo para a pequena história que João Tordo vive incomodado com um dos vizinhos da Travessa do Possolo e que deixou de pisar a relva, pois teme cair nalgum inferno onde a leitura e a escrita tenham sido abolidas.

(Organização do evento: António Souto com a prestimosa ajuda de Maria Teresa Saborida)
 

8.4.13

A amnésia de Nuno Crato

Sem precisar as medidas que poderão vir a recair sobre a pasta que tutela, Crato disse apenas que é necessário “evitar uma série de gastos”, que têm de ser reduzidos por parte da despesa.

Antes de ser ministro, Nuno Crato tinha ideias concretas sobre as áreas em que era necessário cortar na despesa.
Chegado ao MEC, esqueceu-se dessas áreas (desses lobbies)! Esperemos, entretanto, que Mnemosine o inspire desta vez, e que não se limite à receita de mandar os professores para o desemprego e de reduzir salários.
Finalmente, sei bem que Nuno Crato não acabará com a renda que paga ao ensino privado e confessional, poderia, todavia, encerrar e vender uma boa parte dos edifícios que acoitam uma multiplicidade de serviços supérfluos e dados a experimentalismos bacocos.