II - «Primeiro a nossa casa hipotecada e vendida naquele ano em que estive desempregado, 1893 - data negra. Depois a desgraça do filho...» Raul Brandão, O Gebo e a Sombra, Primeiro Ato.
Um olhar despreconceituado… ou talvez não. A verdade é tudo o que nós ignoramos.
27.4.10
O Gebo e a Sombra (peça de teatro)
II - «Primeiro a nossa casa hipotecada e vendida naquele ano em que estive desempregado, 1893 - data negra. Depois a desgraça do filho...» Raul Brandão, O Gebo e a Sombra, Primeiro Ato.
25.4.10
Luiz Pacheco no dia 25 de Abril de 1974
19.4.10
Art Research de Jorge Castanho…
No 58 B da Rua dos Navegantes (Lisboa) é, agora, possível ver, em suporte material, a Fábrica de Anatomias que o Jorge vem disponibilizando online desde Setembro de 2008. Numa visão clássica mitigada, o primitivo (o mitológico) acorda em mim o movimento dos fantasmas que, outrora, habitavam as minhas horas… É com surpresa que acolho a paciência e o rigor do artista que ousa entrar em espaços que eu preferi desertar…
Espero que o Jorge não leve estas palavras a sério, porque, como ele ontem me disse, quem escreve vê sempre as coisas de um modo diverso… O escolho, no meu caso, está de tal modo escondido que as coisas se me escapam antes que as possa reter. E, ao contrário, o Jorge fixa a “res”, mesmo que ela insista em transfigurar-se…
18.4.10
Robert Longo, Freud's Desk and Chair, Study Room
Confesso que a exposição ‘Robert Longo - Uma Retrospectiva’, no Museu Colecção Berardo, me impressionou ao ponto de procurar mais informação sobre o artista norte-americano, nascido em 1953. E encontrei o sombrio gabinete onde Freud secava as almas dos seus pacientes. A secretária é me familiar; a cadeira lembra-me uma sentença de morte : http://www.artnet.com/awc/robert-longo.html
Ao lado, o gigantismo e o colorido de Joana Vasconcelos surpreendem. Mas só isso! Um pouco, como se estivesse de regresso ao séc.XVII: o deslumbramento é efémero…
17.4.10
Eyjafjallajokull…
14.4.10
Santos do pé-da-porta
[1] - Editada pelo autor e por Luiz Pacheco
[2] - Quando vi Beckett, achei que era tudo o que me faltava para saber o que era o teatro (…) A sua influência na minha escrita é inegável. Ver Entrevista ao Expresso, 6 de Dezembro de 1997.
[3] - Um dramaturgo de mulheres?
12.4.10
A caça e a retórica da masculinidade…
«Essas pessoas não sabem o que é o marialvismo. Eu sou um antimiguelista profundo. O marialvismo vem de D. Miguel. (…) Há muita gente profundamente antimarialva que gosta de touros e que gosta de caça. De resto, eu acho que tudo nasceu da caça. Tudo. A começar pela poesia. Tudo nasceu da caça.» (Revista Ler, Abril 2010, pág. 36.)
«Já fora do terreno, apercebi-me de que o tema do marialvismo surge como recurso retórico central em três outros universos discursivos e/ou performativos: no fado, recentemente construído como “forma musical nacional” mas na realidade surgido nas classes populares de Lisboa e apropriado pela aristocracia; na tourada e no mundo tauromáquico; e em discursos de mitologia política sobre a “alma nacional”, em tomo do tema do Sebastianismo e da Saudade.Em todos estes campos, um traço comum: encontram-se par a par dois extremos da hierarquia social: na tourada, a aristocracia dos cavaleiros e a plebe dos forcados; no
fado, a aristocracia boémia atraída pelo exótico e o lumpen proletariado urbano; no saudosismo-sebastianismo, as figuras mitológicas de reis divinamente inspirados lado a lado com uma Nação composta de camponeses. A figura do Marialva, a do fadista, a do rei providencial, a do cavaleiro, são protótipos de masculinidade: compõem-se, mais do que por oposição ao feminino, por oposição a uma “falta” de masculinidade na burguesia, na intelectualidade, na modernidade; e discursam sobre contradições dinâmicas da masculinidade ideal: entre a valentia e o deboche, entre a nobreza e a pulsão dos instintos.» (Miguel Vale de Almeida, Marialvismo)
O escritor (José Cardoso Pires) define-o mais lapidarmente: o marialva é um indivíduo interessado num tipo de economia e política assentes no irracionalismo. (Miguel Vale de Almeida, Marialvismo)
Por mais que o Escritor pense que é um antimarialva convicto, talvez valha a pena reler e repensar a obra de Manuel Alegre, pois o homem que já tem uma cátedra na Universidade de Pádua não descura a hipótese de ter outra em Belém.