18.9.11

O acordo ortográfico de 1990

Quem é que beneficia com o acordo?

Num país deprimido, ganho o humor. Basta pensar na hipótese de  o acordo ter sido feito com os pés – acordo ortopédico!!! Os humoristas portugueses têm matéria até à próxima revisão se, entretanto, a nação não tiver sido extinta.

Num país ecológico, ganha a floresta. Sempre que o felino informático (Lince) converter um documento menos árvores serão abatidas.

Num país poupadinho, ganham a cultura e a língua. As universidades estrangeiras que queiram ensinar a língua portuguesa, deixarão de ter duplicação de professores, dicionários, manuais, gramáticas…Portugal pode deixar a tarefa aos brasileiros, angolanos. Por sua vez, os milhares de professores desempregados podem aventurar-se nas margens do atlântico sul e até do índico…

No país de abril, de cepa anglo-saxónica, que, a cada passo, diaboliza os gregos, os linguistas, obrigados a explicar o ‘factor etimológico” irão, finalmente, redescobrir o latim, o grego e até o árabe, se não tiverem morrido afogados no caldeirão da ambiguidade ou sugados pelos humoristas.

17.9.11

Eu desbasto…

 O pessimismo de nada serve! O melhor é deixar que a onda se desfaça e desbastar a realidade, se tomada no sentido etimológico, e, logo, tudo será mais límpido, apesar dos carrapatos…

Hoje, descobri um ninho vazio, situado a menos de um metro de altura, e que terá cumprido a sua função, porque, se o homem se afasta, a avezinha do céu deixa de ter inimigos em terra…

E foi o bastante para desbastar três ou quatro pereiras já que não me é permitido desbastar os jardins que nos sufocam.




16.9.11

Em terra de matilhas…

Quem acorda cão dormido vende paz e compra arruído.

Que o homem é resmungão, já sabemos, e por isso quem pode deve agir rápido. Deve demiti-lo ou levá-lo à demissão, caso contrário a ilha da Madeira arrastará, de vez,  o ‘continente’ para o abismo… (sem esquecer os Berardos que, servindo interesses escondidos, deixaram a banca nacional a descoberto!)

Infelizmente, a propaganda continua a cegar os portugueses, habituados a correr atrás de ‘manhãs radiosas’, sem fazer contas à vida!

Ultimamente, até nos querem convencer que o Plano Nacional de Leitura tem contribuído para a redução da iliteracia. Mesmo quem nada lê de substancial defende o artifício! Mas, de facto, o objectivo  é evitar que interesses instalados sejam postos a nu e eliminados.

Se a iliteracia tivesse diminuído, a situação do país seria bem diferente e as matilhas não se teriam constituído.

15.9.11

A qualidade de decisão…

A Nuno Crato, não lhe faltam nem concisão nem clareza! Vamos ver se com sofríveis recursos financeiros, consegue aumentar a qualidade de decisão.

Também é bom indicador a disponibilidade do presidente da Comissão de Educação, Ciência e Cultura da Assembleia da República, José Ribeiro e Castro, manifestada, hoje, na Escola Secundária de Camões, para problematizar, de forma clara e concisa, os problemas vividos no terreno…

Impedir que a escola se transforme num factor de desigualdade, mais que uma opção ideológica, é uma via que exige conhecimento do terreno, ponderação e decisão casuística e rigorosa.

É preciso sair dos gabinetes! Por exemplo, por onde é que anda a Inspeção-Geral de Educação?

14.9.11

Memória desfocada…

Quando alguém faz 89 anos, ao revisitar um lugar onde outrora passou férias,  ainda que as ruas sejam as mesmas,  os edifícios surgem-lhe diferentes – mais altos, deslocados e, sobretudo, despersonalizados.

No passado havia um senhor, proprietário das almas e dos corpos. Agora, o largo enviuvado abre em esplanadas e passeios ronceiros, servindo transeuntes de ocasião e aposentados que matam o tempo, convencidos que são o mundo…

Nem o casino cumpre a sua razão de ser! Evidência de fausto artificioso, o edifício serve a presunção dos senhores ignaros que lançaram as mãos aos milhões dos fundos europeus…

13.9.11

Nós não somos o mundo!

O calor das 15 horas desespera-me. Viajo no autocarro 83 e, entrementes,  descubro no i uma entrevista a Helena Roseta que leio atentamente. As respostas parecem-me sinceras, revelando uma pessoa verdadeiramente preocupada com a polis. Há na Helena Roseta esperança e, ao mesmo tempo, tristeza, pois percebe-se que muita da actual pobreza resulta de sermos governados por pessoas que não conhecem o outro e, sobretudo, vivem para satisfazer os seus interesses e caprichos…

E de repente, oiço em mim: “Nós não somos o mundo!”e termino a viagem a interrogar o título de uma obra de Mia Couto “Cada homem é uma Raça”.

11.9.11

Babelianos!



Dez anos depois, as torres continuam a simbolizar o poder. Em seu nome, ignoramos as vítimas anónimas de cada dia, e fingimos que tudo acontece por força de um mal invejoso do nosso engenho…

Se em vez de procurarmos o céu, enxergássemos as vidas que calcamos!