24.7.14

Prosa delirante

Hoje, encontrei um Eurico (noutra versão, um TEO DURÍCO) na "Relíquia", um Malhadinhas nascido na "Beirra alta", um episódio romântico entre Carlos da Maia e Maria Monforte, um avô Maia amante da neta, um existencialista acabrunhado com a falta de memória, um romance ("Amor de Perdição") escrito em apenas duas noites, pois Camilo estava a ficar cego e admirava os suicidas... 
.... uma personagem (Carlos da Maia) que conheceu uma rapariga (Maria Monforte) que ficou presa na sua cabeça... 

Todos estes escreventes admiram a prosa de Eça, de Camilo e de Vergílio Ferreira.

Ao evitar a citação procuro fugir do internamento numa casa de saúde mental...


23.7.14

Onde é que estão os países árabes?

A pergunta é de uma palestiniana sob intenso bombardeamento israelita. Entende-se o desespero da mulher, mas, na verdade, o problema não é israelo-árabe.

Na Palestina, na Síria, no norte da Ucrânia ou em qualquer outra parte do globo, o problema tem origem no relativismo cultural que, desde sempre, desculpabiliza o mais forte…

Enquanto forem permitidos dois pesos e duas medidas para tratar o desespero humano, tudo continuará como sempre… E para além do desespero humano é melhor nem pensar!

As imagens de hoje são reveladoras da incongruência humana – da Holanda, da Palestina, de Israel…

22.7.14

Muito pode o galo no seu poleiro


Hoje, foi dia de 2ª chamada para os candidatos à docência com menos de cinco anos de exercício. O senhor ministro persiste em selecionar aleatoriamente os futuros docentes, mandando às malvas a formação universitária e até a experiência, entretanto, adquirida. O senhor ministro, saído de um qualquer faval algarvio, persiste na ideia de que governa um país de néscios desmiolados... 
Se ao menos o senhor ministro tivesse coragem para avaliar as faculdades que certificam os candidatos à docência com menos de cinco anos de exercício, não teria necessidade de fazer figura tão triste: Muito pode o galo no seu poleiro.

(...)

No meio de tanta prova, também eu fui a exame - médico. De acordo com os primeiros indicadores, o mais provável é que tenha reprovado. No decurso do exame, o examinador foi dizendo que o melhor é fazer um novo exame - mais sofisticado.
Comigo está a acontecer o contrário do que é habitual: em vez de voltar a estudar a matéria e de repetir a prova no próximo ano, vou ser examinado até que o SNS se canse de mim...


21.7.14

Agridoce

Custa-me que os bancos permaneçam vazios, apesar da pátina do tempo. Custa-me que as pessoas tenham de ficar de pé, distantes  dos bancos vagabundos, mesmo se os encontros forem de ocasião ou de negócio clandestino.

Durante a madrugada, chovera; o piso ainda húmido apenas testemunha o que agenda esconde. Não há, todavia, qualquer sinal de acrimónia. Parece que há acordo sobre o assunto abordado – negócio, crime… algo em construção

Pelo chão, uma estrutura desfeita, da noite anterior…

Entretanto, hoje, o amigo Jorge Castanho ofereceu-me o meu próprio retrato, feito por ele em menos de trinta minutos. Como eu admiro os artistas que, com um simples lápis, nos fixam a identidade e, ainda por cima, nos tornam mais jovens!

19.7.14

Dois faróis



 Dois faróis! Em Portugal, farol é equipamento que não falta! No entanto, o país continua sem rumo.

Acabo de ler no Expresso, pág. 07, caderno de Economia – página de publicidade BES - “MAIS DE 17.000 EMPRESAS PAGAM E RECEBEM À HORA CERTA.» E no mesmo caderno, pág. 8 “ GARANTIA APOIA BANCO SEM CONDIÇÕES”: José Eduardo dos Santos autorizou, em 31.12.2013, o “Ministro das Finanças a emitir uma Garantia Autónoma até ao valor de USD 5.700.000.000,00 a favor do Banco Espírito Santo Angola, SA

Será tudo isto verdade?

18.7.14

Há trinta e um anos... Figueira da Foz


Há 31 anos, neste lugar, não era possível enxergar esta moderna torre sineira. Talvez, o farol fosse o único ponto de referência. O relógio era um privilégio da Igreja, inimaginável numa praia…

Na verdade, há 31 anos era possível ver a torre sineira, inaugurada em 1947. Ver: http://arquivoartigospalhetas.blogspot.pt/2011/09/torre-do-relogio-da-figueira-da-foz.html

Há 31 anos, o dia de cinza acabou numa trovoada que, por largos minutos, gerou insegurança. Esse acontecimento bem pode explicar  muito do que acontece hoje, sem que alguma vez os protagonistas tenham colocado tal hipótese.
Há uma dimensão do tempo que nos escapa a  todo o momento, apesar de haver uma hora certa para tudo.
Quanto à altaneira bandeira, às 17h05, ela não era mais do que um símbolo de caducidade. Um símbolo quase invisível.
E o farol, esse  deixou-se cercar, não de ondas, mas de casario…

17.7.14

Se tivesse aprendido a arte da poda...


(Sabe-se que a poda orienta o crescimento e apura a produção) Porfírio Silva, Monstros Antigos

Neto de agricultor, nunca cheguei a aprender a arte da poda. Jovem desatento, nunca dei a devida atenção ao ato, se bem que soubesse identificar a tesoura... Pensava que o futuro seria mais promissor se aprendesse  a classificar orações concessivas! 
Passados tantos anos, ainda dou comigo a interrogar-me sobre essa questão fundamental para a «fábrica do mundo» (P.S.): classifique a oração « se bem que apreciadas por alguns» linha 25, grupo II, Prova 639 /2ª fase, 2014.
Se tivesse aprendido a arte da poda saberia orientar o crescimento e não estaria nesta absurda função de censor...
E certamente este meu dia, como todos os anteriores, seria menos amargo...