15.2.17

Desorientados

A referência é tão vasta que, por vezes, é difícil determinar o campo de aprendizagem prioritário. 
O lugar em que crescemos, segundo teorias várias, afeta-nos. No entanto, esse espaço parece diluir-se de tal modo que raros são os que lhe fixam as coordenadas, lhe conhecem os sucessos e os revezes. 
A nova referência é volátil e aleatória, o que mata a influência no sentido em que a tradição a considerava fonte, autoridade, modelo, exemplo.
A doutrina (a ideologia) é confundida com a instituição, tornando a ironia inútil e a sátira gratuita. Desorientados, não nos apercebemos do avanço despudorado da contrarreforma... da discricionaridade, não no sentido de satisfazer a necessidade pública, mas a pessoal.

13.2.17

Só a erva daninha medra

Há dificuldades que se não são inultrapassáveis assim parecem. Uma das causas é a indigência; outra é a dispersão.
Talvez o artista, numa perspetiva romântica, seja a única criatura capaz de tirar proveito desta conjunção.
O problema é que com tanta gente indigente e dispersa torna-se difícil separar o trigo do joio. Eu bem procuro o trigo, mas o terreno é tão pedregoso que só a erva daninha medra.

12.2.17

Voltou...


Susana
video de uma entrevista
Voltou, mas ficou na 1ª página...
Por este andar, ainda vou ter que aprender curdo...
Foram 265 quilómetros de marcha! Agora, dorme...

11.2.17

A marcha kurda de 2017

Manifestação kurda em Estrasburgo
A logística da concentração

Porque a causa curda não nos deve deixar indiferentes, procurei segui-la através dos meios de comunicação e das redes sociais.
No que respeita a Portugal, o tema foi ignorado, apesar de haver caminhantes portugueses. Em termos internacionais, só a comunicação social regional das zonas atravessadas foi dando eco do acontecimento, fundamentalmente porque a reação turca não deixou de aparecer...
Enfim, por mais que se explique a diferença entre o essencial e o acidental, só o acessório continua a merecer atenção... E, em abono da verdade, a causa dos direitos humanos e, consequentemente, do direito à autodeterminação dos povos, continua a ter muitos detratores. Basta prestar atenção ao tipo de comentário que vai proliferando, por exemplo, no Facebook, a propósito da cobertura de um evento, como a marcha pró-curda 2017.
Se a senhora Le Pen acabar por ganhar as eleições presidenciais francesas... O mundo está a ficar cada vez mais irrespirável!

Na manifestação, terão participado cerca de 15.000 curdos, com concentração junto do estádio de Meinau.

10.2.17

Risco

📐덇ຈิิ💬


Risco
não arrisco
quem não arrisca, não petisca
se risco, o cisco deforma
desisto em forma de anti-cristo
com um pouco de cebola, uma gota de azeite, uma linha de vinagre, talvez a isca não se sinta arisca

Do risco
é melhor calar e esperar
esperar até que a linha estale
inexorável
já sem medida nem anti-cristo

9.2.17

Cercados... por abóboras?


«Os refugiados são um tema sobre os quais todos (as) temos uma opinião. É um assunto de crescente importância social, política e mediática em que, frequentemente, a construção dos discursos assenta na perceção que nos chega pelas experiências pessoais, mas sobretudo, e cada vez mais, pela sua hipermediatização. Muitos pensadores têm refletido sobre este tema. Alguns são mesmo intemporais.»

(1º parágrafo do editorial "A Caverna", cujo autor é Pedro Calado, Alto-Comissário para as Migrações.) 
A brochura tem o objetivo de apresentar "factos e argumentos para desfazer medos e mitos". Na ficha técnica, é possível descortinar um revisor. 
Este número é uma iniciativa do ACM.  Aborda o tema "Refugiados", deles dizendo: «Também em torno dos refugiados existem cavernas (e mitos).»
Esta caverna não é uma gruta qualquer! É a de Platão! Os homens de Platão, afinal, não estavam 'cegos', mas cercados... por abóboras?

8.2.17

Apesar da oposição turca



SOCIÉTÉ SARRALBELes Kurdes et leurs amis marchent


Ils sont Kurdes ou pas. Hier, ils ont marché de Loupershouse à Sarre-Union, via Sarralbe. Pour la libération du leader Öcalan et la création d’un statut pour le Kurdistan.

A marcha é pacífica, decorre em solo europeu, e visa despertar a comunidade internacional para a necessidade de criar um estatuto (autonómico?) para o Curdistão, e, em simultâneo, apela à libertação do líder Öcalan. Como em muitos outros lugares, os turcos residentes (emigrantes) na região de Sarre-Union não perderam a oportunidade de sair a terreiro para criar incidentes. Felizmente, tudo acabou bem!

La tension a été vive, dans la nuit de mardi à mercredi entre les communautés kurdes et turques, autour de la salle de la Corderie à Sarre-Union.
La marche qui conduit une délégation kurde de Luxembourg à Strasbourg avait traversé mardi le secteur de Sarralbe. La soixantaine de personnes a fait halte pour la nuit à la salle de la Corderie à Sarre-Union. Mais dans la soirée, de vives tensions ont éclaté entre les marcheurs et des opposants turcs venus à leur rencontre. Aucun affrontement physique n’a eu lieu. Mais de nombreuses provocations et invectives ont fusé de part et d’autre. 80 à 100 personnes étaient réunies dans chaque camp, hors et dans la salle, une majorité voulant en découdre. Les forces de l’ordre, qui avaient placé cette marche sous surveillance, ont renforcé leurs effectifs sur place. Une trentaine de gendarmes ont ainsi contenu les animosités. Aux alentours de 23 h, les manifestants turcs ont quitté les lieux. Evitant un affrontement avec des soutiens des Kurdes, arrivés quelques minutes après pour soutenir les marcheurs.
A noter que le véhicule d’un des accompagnateurs de la marche a été dégradé ; une vitre de la salle aurait aussi été détériorée.
Ce mercredi matin, la soixantaine de marcheurs a repris sa marche vers Strasbourg.