12.12.20

Se o ministro mente

 

medronheiro

… então não serve, não cumpre o seu dever - servir o país, respeitando os direitos humanos, e não servir-se a si próprio. Por respeito à semântica, o ministro deve ser substituído.



11.12.20

Contra a cultura

Quinta das Conchas

O dinheiro!
E a cultura?
Já não se trata de investir na cultura ou em subsidiar os artistas. Trata-se de desvalorizar as atividades artísticas, de as reduzir a ZERO.
Por toda a Europa, a Cultura passou a parente pobre. Parece que a aposta é, definitivamente, na barbárie, hipotecando, de vez, os valores democráticos.

E ainda há 'democratas' que se queixam!

10.12.20

Uma rã que insiste em ser boi

Jardim Amália

Há na república uma rã que insiste em ser boi. Sempre que aparece, incha desmesuradamente, coaxa altivamente… e no fim, deixa o palco convencida de que outros são todos estúpidos…
O problema é que esta rã não é única, pois, se o fosse, um destes dias rebentaria e a república ficaria em sossego.
Não. No palco, sucedem-se as rãs à espera de vez. Algumas já têm o tamanho de burros. Zurram e dão coices  a torto e a direito.

7.12.20

O candidato

 

E não se chama Ernesto!

Só que não nos quer deixar no meio da temível tempestade que nos atormenta...
Nasceu para unir e não para separar. Tudo o que pensa, diz sempre em tom magistral... para que nada nos possa acontecer de mal...
E não se chama Ernesto!

Chega mais tarde, não porque tenha perdido a estrela de Belém, mas porque não quis misturar o presidente com o candidato.

Doravante, o presidente e o candidato vão dormir, um no palácio, o outro na cabana do pastor Viriato...
E não se chama Ernesto!

5.12.20

O discurso de Costa descola da realidade


Nos últimos dois dias, o número de infectados cresceu, isto é, nos dias 3 e 4 de Dezembro. Ora, o senhor primeiro-ministro dirigiu-se, hoje, ao País com uma avaliação construída com dados de 2 de Dezembro, como se a realidade não fosse dinâmica…
Gostaria que António Costa fosse capaz de se libertar do power-point das quintas-feiras e nos dissesse que pelo caminho trilhado o melhor é cancelar o Natal, deixando-se de jogos que inevitavelmente acabarão por agravar a situação.
O discurso apresentado obedece ao guião acordado com Marcelo e Rio, mas não acompanha a realidade. 
Depois queixam-se do extremismo, mais ou menos populista...

4.12.20

A distância


Parece que o cérebro se esvaziou. Apenas uma palavra me convoca - a distância. É como se o que já esteve perto se fosse esfumando… e depois do fumo, nada.
Da proximidade, apenas a memória, também, ela cada vez menos nítida.
Todos os dias, o obituário covid se avoluma à custa da ocultação da mortalidade diária. 
E num gesto de propaganda, ainda há quem nos queira enganar, falando-nos de generosidade, de confiança e de esperança.

1.12.20

Eduardo Lourenço

 Este é o homem de todo excelente: quem tudo compreende por si só, pensando no futuro e nas coisas que levam a um fim melhor. (Hesíodo, Os Trabalhos e os Dias)

Partiu o homem com quem aprendi a ler as incongruências de Portugal e da Europa. 
Partiu Eduardo Lourenço que me soube explicar Fernando Pessoa... um dia depois. 
Se lá no Céu o calendário tiver cabimento, terão doravante todos os dias necessários ao esclarecimento dos mistérios desta Europa que insiste em torpedear o futuro.

Eduardo Lourenço ao Expresso de 9.03.1996,  a propósito da morte de Vergílio Ferreira:

Para um escritor, a longevidade, graça ou excesso de zelo da vida, é um acidente. O tempo de uma obra, aquilo que lhe dá coerência por dentro e a torna única, não se mede pela balança dos anos. Ninguém sabe o que o peso dos anos acrescenta ou rouba a esse outro tempo fora do tempo onde a obra existe.