17.9.10

Poceiros…

Num tempo em que decidir é uma constante da vida actual não se entende como é que os ‘decisores’ avançam e recuam com tanta facilidade em questões que, no mínimo, aumentam a angústia dos cidadãos e arruinam o futuro da colectividade.

Nos locais de trabalho, nos transportes, nas ruas, domina um sentimento de insegurança que pouco tem a ver com o aumento da criminalidade  ou com o efeito de qualquer cataclismo mais ou menos previsível. A insegurança  é manipulada em função de objectivos ocultos nacionais e transnacionais e transmitida despudoradamente pelos média.

O cidadão é chantageado por mentes torpes e ignaras que há muito deixaram de se preocupar com o bem público. E essas mentes delinquentes sobrevivem impunemente, pois são elas que decidem as regras do jogo. Um jogo soez em que as vítimas são incapazes de se defender ou de encontrar quem as defenda. Tudo isto quando  vivemos a ilusão de que nunca desfrutámos de tanto poder!

15.9.10

Quem anda à chuva…

Agora, que estamos, de regresso à escola, bom seria se (re)lêssemos a Arte de Argumentar, de Anthony Weston. Muitas das discussões que se avizinham talvez pudessem ser evitadas, pelo menos, as questões seriam abordadas de forma mais serena, fundamentada e consistente. E, por outro lado, os alunos poderiam aprender a argumentar, distinguindo os argumentos, das premissas e dos exemplos.
Lembrei-me desta obra, no preciso momento, em que me enviaram o despacho nº 14420/2010, de 15 de Setembro de 2010. Já estou a antecipar os múltiplos pontos de vista a que terei de dar atenção, quando, de facto, penso que quanto maior é o nº de avaliadores num serviço, maior é a dificuldade em aplicar, de forma uniforme,  o procedimento avaliativo, mesmo que os itens sejam claros e aceites por todos.
Aqui está uma conclusão que pede argumentos que a validem. E isso dá trabalho!
(De verdade, é possível andar à chuva sem nos molharmos! Ou não?)

12.9.10

Antes do anoitecer…


Antes do anoitecer, já a cidade dá sinais de que o dia seguinte será de labuta furtiva. Uma Lisboa encardida cresce tentacularmente nas ruas e vielas, escondendo a pobreza dos indígenas e dos estrangeiros que, solidários na miséria, caminham lado a lado, na expectativa de que o sol, um dia, possa brilhar para todos.

11.9.10

Dissimetrias…

Se as cidades se deixam cercar por ilhotas de betão, onde se escondem múltiplas actividades mais ou menos clandestinas, embora os terrenos sejam cedidos pelas câmaras municipais, quando viajo para o interior do país tudo muda. Nos últimos anos, os olivais, copiosos, nascem que nem cogumelos, sem que se perceba de onde saiu o capital para o investimento nem para onde migram as mais-valias resultantes do negócio. Por outro lado, os campos, desertos, estendem-se secos e cobertos de mato… A dissimetria do território reproduz a dissimetria mental de quem nos governa… A pobreza expõ-se bem visível; a riqueza exuberante exíbe-se, rosto bem dissimulado… 

10.9.10

A arte de se esconder…

Nos últimas semanas, percorri parte dos concelhos de Oeiras e de Sintra, ficando com a ideia de que o território está a ser vítima de um verdadeiro assalto. Ali se encontram escondidas centenas de empresas, muitas delas, quase, clandestinas. Descobrir-lhes o lugar e os contactos é uma verdadeira aventura. Fica-se com a sensação de que não querem ser encontradas. As urbanizações que as encobrem são verdadeiros labirintos, onde ninguém conhece ninguém. Durante o dia, não há sinal de qualquer policiamento.

O trânsito, designadamente de veículos pesados, é caótico, sinal de uma verdadeira azáfama que, no entanto, não parece controlada por qualquer autoridade. Interessante seria se alguém prestasse contas do contributo que estes ‘nichos’ trazem à economia nacional.   

6.9.10

A antecipação…

Alunos há que se apresentaram hoje na escola, bem-humorados e com promessas de trabalho esforçado e honesto. Asseguram até que já têm com eles os novos manuais. Esperemos que não seja fogo-fátuo!

5.9.10

Ao fim da tarde…

Com a dose de sardinha a 13 €, sobram os reflexos do aço e da luz. Infelizmente, a água mostra-se demasiado viscosa. E nem vale a pena referir o ruído contínuo do tabuleiro da ponte e dos aviões que o sobrevoam.

/MCG