23.3.11

Alcatruzes…

Todos dizem que são precisas medidas imediatas para resolver a crise financeira.  Uns com o FMI, outros sem o FMI. Todos confiam no povo português… e este confia em quem? em D. Sebastião? na Nossa Senhora de Fátima? nos jovens à-rasca? no jogo do pau?

A verdade é que o povo não existe. Nunca existiu!

O povo mais não é do que um mito romântico que tem justificado um conjunto de “causas” de grupos mais ou menos organizados para a conquista do poder.

A nora já começou a rodar… e os alcatruzes já estão a postos para secar a mina! Inexoravelmente, uns descem e outros sobem…

PS: Afinal, o Presidente da República sempre tem «margem de manobra»: deu 48 horas a Sócrates para que seja ele a estender a mão aos «amigos» europeus! 

22.3.11

Margem de manobra…

I - Presidente da República:“…tudo isso reduziu substancialmente a margem de manobra de um presidente da república atuar preventivamente”.

Nunca pensei que um Presidente da República, a 24 horas da catástrofe, pudesse fazer tal declaração! De verdade, não soubemos interpretar aquele tom mastigado e arrastado como sintoma de inaptidão para o desempenho da função presidencial. E agora vamos sofrer as consequências da nossa cegueira.

O Presidente, incapaz de actuar preventivamente, e fazendo de conta de que não dispôs de informação a tempo e horas, prepara-se doentiamente para o rescaldo… Para que servem a Casa civil e a Casa militar da Presidência? Não será precisamente para suprir as dificuldades de comunicação entre os órgãos de soberania, que, para bem da nação, devem usufruir de canais de informação próprios?

Em situações de perigo, de crise, de catástrofe o que define o homem é a capacidade de manobrar na linha que separa a vida da morte.

II – Por outro lado, e na mesma linha de actuação, o Partido Socialista continua, também ele, à espera do rescaldo, na expectativa de que o engenheiro Sócrates seja definitivamente devorado pelo incêndio. 

21.3.11

Palácio nacional de Mafra - In memoriam…


Este jogo ocupava reis e vassalos nos intervalos das caçadas na Tapada de Mafra. Os troféus, cruéis, enchem a sala Diana no palácio real, hoje moribundo… Da república, pouco há a assinalar, a não ser a pernoita de D. Manuel II, antes de partir definitivamente para o exílio… Apesar de tudo, Saramago devolveu-lhe algum do brilho que à pátria falece.

Claro está que aos jovens que, hoje, entraram no palácio nacional de Mafra, sob o olhar atento de S. Domingos e de S. Francisco, falta-lhes a distância para perceber que a monumentalidade do edifício mais não é que a expressão da fraqueza de um povo. Mas quem sabe, pode ser que Saramago os ilumine!


                       

20.3.11

Reféns…


Quando a sobrevivência está em causa, todas as formas de enraizamento são aceitáveis. Pouco interessa o suporte, a forma, a cor  ou a posição.


Em certas circunstâncias, mais vale deitar abaixo a árvore, desbastar-lhe os braços …


Salvo raríssimas excepções, as árvores não se suicidam!


Na Líbia, na Síria ou em Portugal a seiva é a mesma!

17.3.11

Paul Krugman e a educação…

Desde o dia 11 de Março que ando às voltas com uma ideia do nobel Paul Krugman (Economia 2008): Toda a gente anda enganada ao defender que «a educação é a chave do sucesso económico».

Provavelmente ao referir-se à educação, P. K. estará a referir-se à instrução, pois sem a primeira os valores civilizacionais soçobrariam.

No essencial, o que P. K. vem demonstrando é que a maioria das formações de nível superior perde, em termos de desempenho, para os computadores que, de forma mais célere e eficaz, efectuam a maioria das tarefas sejam elas de rotina ou não…

Deste modo, o aumento do número de anos de escolaridade ou a acumulação de cursos de nível médio ou superior é apenas uma forma de empatar um número cada vez maior de indivíduos, impedindo-os de, pelas suas próprias mãos, construírem uma nova sociedade que assegure os direitos essenciais a todos os cidadãos…

Precisamos, assim, de redefinir os projectos de empregabilidade,  rever e diferenciar os conceitos de educação e de instrução, a respectiva duração e, sobretudo, os lugares e os actores da formação…

O sistema de formação actual é um monstro devorador de recursos que gera cada vez mais insatisfação e potencia episódios de revolta cujo último recurso será o retorno à barbárie, independentemente dos níveis de literacia…

PS: Da imbecilidade que nos cerca, não vale a pena falar porque, afinal, há cada vez mais casos de pessoas instruídas a quem falta o mínimo de educação e, por outro lado, também há muita gente educada a quem falta a necessária instrução…

14.3.11

O 2º termo da comparação…

Não restam dúvidas de que, em muitos casos, o 2º termo de qualquer comparação diz mais sobre quem o selecciona do que sobre a ideia / objecto que se quer explicitar.

De acordo com o inefável Luís Filipe Menezes (Entrevista ao i de 14 de Março de 2011), o Pacheco Pereira não vale nada, ou melhor, não passa de um desmancha prazeres: P. P. «diz que não precisa da política para viver; mas nunca o vi a ganhar dinheiro a não ser à custa da política e da notoriedade que  ela lhe deu. Se assim não fosse, era professor de História numa recôndita aldeia de Trás-os-Montes. Vale o que vale. Rigorosamente nada

Bem certo que o Pacheco Pereira não necessita de que eu o defenda. Não posso, no entanto, deixar de voltar à minha ideia inicial. O Senhor Luís Filipe Menezes anda mal informado: A História já não se estuda em quase lado nenhum! Em Trás-os-Montes, serão raríssimos os professores dessa matéria e, se os houver, não necessitam de ser achincalhados. Afinal, quanto vale um professor para o Luís Filipe Menezes?

RIGOROSAMENTE NADA!

12.3.11

Os novos…

Há novos eleitores! Desceram a Avenida e descobriram que ou os deixam votar ou, da próxima vez, a bonomia terá cedido o lugar à violência.

Por isso, o que o Governo e a Assembleia da República devem fazer é devolver a decisão ao povo.