24.12.13

Natal sem pinheiro... só caruma!

Natal, natalidade, nasce-se pouco em Portugal...
Mortalidade, em dezembro, parece que se morre mais em Portugal: no mar, nas estradas, à lareira. Não sei se, também, se morre mais nos hospitais! A estatística, tão rigorosa noutras matérias, é omissa ou lenta no que se reporta à mortalidade... Oficialmente, os encargos com os reformados e pensionistas aumentam diariamente! De qualquer modo, desconfio, por falta de provas, que estamos a ser enganados! É um pouco como com os empréstimos, ninguém lhes conhece as verdadeiras datas. Convencionou-se que a culpa é do governo anterior... e ficamos satisfeitos!

No que me diz  respeito, os meus simpáticos leitores  já devem estar a interrogar-se quando é que lhes desejo BOAS FESTAS. Está feito: BOAS FESTAS a todos os que "pisam" a CARUMA! Sei que o fazem por razões diversas, mas a todas entendo e aceito...

Em termos pessoais, o Natal é cada vez menos (re)nascimento! Este ano, Natal é distância e sobretudo AUSÊNCIA. Uma ausência insanável! Umas Boas Festas, também, para todos os que partiram!

23.12.13

Desempenho docente e arbitrariedade avaliativa

Será que o atual modelo de avaliação se justifica quando a progressão na carreira continua congelada?Neste contexto, qual é a verdadeira duração de um ciclo avaliativo?

As respostas são da DGAE.

Questão: Como operacionalizar o aproveitamento da observação de aulas em modelos avaliativos anteriores, face à obrigação de apresentação do requerimento previsto no n.º 2 do artigo 10.º do Despacho Normativo n.º 24/2012, de 26 de outubro?
Resposta: Os docentes que, para efeitos da sua avaliação do desempenho, pretendam recuperar a classificação da observação de aulas obtida em modelos de avaliação do desempenho anteriores deverão manifestar essa intenção ao diretor da escola onde se encontram a exercer funções, até ao fim do seu ciclo avaliativo.

Nova questão: Será possível, dentro do mesmo ciclo avaliativo, recuperar várias vezes a avaliação de modelos anteriores, com a agravante, de não haver observação de aulas?

Questão:  Considerando que a progressão na carreira está congelada desde 01/01/2011 e estará, pelo menos, até 31/12/2013, para saber quando o docente deve ter observação de aulas bastará ir ao tempo de serviço para progressão que o docente tinha em 31/12/2010 e continuar a contagem a partir de 01/01/2014. Este entendimento é correto?
Resposta: Sim. Tal interpretação encontra-se em consonância com os nºs 4 e 5 do artigo 18.º do Decreto- Regulamentar nº 26/2012, de 21 de fevereiro, bem como com a nota informativa publicitada pelo MEC em 3 de dezembro de 2012, nomeadamente os seus pontos 2 e 4.

Nova Questão: O congelamento progressão termina mesmo a 31 de Dezembro de 2013?

Questão: Os docentes posicionados nos 6.º, 8.º e 9.º escalões, que aguardam reposicionamento por força do disposto no Decreto-Lei n.º 75/2010, nos termos previstos, respetivamente, nos artigos 8.º, 9.º e 10º do citado normativo legal, têm que ser avaliados de novo no escalão em que se encontram ou aguardam apenas o decurso de tempo necessário à progressão?
Resposta: Quanto aos docentes integrados no 8.º escalão, a norma esgotou os seus efeitos até ao final do ano civil de 2011, pelo que estes docentes já não poderão beneficiar do regime transitório de progressão consagrado naquele normativo. No que concerne aos docentes integrados nos 6.º e 9.º escalões, também não poderão usufruir daquele regime enquanto vigorarem as disposições legais que temporariamente impedem a progressão na carreira.

Nova questão: Quem é que desbloqueia estes impasses?

Comentário: Considerando a ausência de supervisão dos procedimentos, a aplicação arbitrária do decreto-regulamentar nº 26/2012, de 21 de fevereiro, com o consequente aumento exponencial de recursos, está à vista mais um ano de enorme instabilidade nas escolas.

22.12.13

Avenida da Liberdade



Em 9 de Março de 1916, a Alemanha declarou guerra a Portugal. Interessavam-lhe as colónias! Perdeu a guerra, mas nunca se esqueceu de nós. Entretanto, nós vamos celebrando a liberdade, em tempo de ditadura financeira e política.
Na verdade, apesar da euforia de Abril, a maioria dos portugueses desconhece o que é a liberdade. Quantos são os portugueses que podem fazer compras na Avenida da Liberdade? Até os vestidos de noiva são expostos em manequins pretos! As malas mais parecem cofres prontos a transportar diamantes, numerário, estupefacientes!
A Avenida da Liberdade veste-se de tíbias luzes ao anoitecer, e os ratos vão saindo do subsolo à espera dos incautos…
A estátua surge decapitada, não por ação de algum vândalo, mas porque o combatente, para além de ter sido humilhado, é cada vez mais raro. O louro murchou e a granada, por falta de utilização, tornou-se obsoleta...
/MCG

21.12.13

Expresso 21.12.2013: Quem é o matilheiro-mor?

Hoje, o Expresso publica um artigo de opinião, de Martim Avillez Figueiredo, intitulado "A MATILHA DAS ESCOLAS" que me está a dar que pensar.
Creio que o bolseiro da Gulbenkian aprendeu, em seu tempo, a distinguir a linguagem denotativa da conotativa. Amicíssimo de Nuno Crato, para quem essa distinção é fundamental, como acaba de se verificar na primeira "prova de avaliação de conhecimentos e competências", creio que M.A.F. terá conhecimento quanto baste para não cair na baixeza de chamar cães aos professores ou, pelo menos, aos candidatos a tal profissão: «mas antes é preciso não esquecer essa matilha que instruí professores a rasgar enunciados e que os incita a não respeitar ordens do tribunal.» Na verdade, o enunciado aponta, sem peias, para os instrutores - os matilheiros - e, em particular, para «o tenebroso Mário Nogueira».
Apesar de não gostar do comportamento de muitos dos envolvidos no triste episódio de 18.12.2013, não posso deixar de condenar o ataque mesquinho feito à escola e aos professores e, sobretudo, de me interrogar sobre quem é o matilheiro-mor?
Não esqueçamos que um artigo de opinião tem um sempre um objetivo. Neste caso, defender a política do amigo Nuno Crato! E, sobretudo, aumentar a matilha...
  • matilha - conjunto de cães que se levam à caça. 

20.12.13

O excesso destes dias

I - Nestes dias, apesar de todos os indicadores recomendarem contenção nas despesas, o que vemos é consumismo desenfreado - gasta-se o que se tem e o que se não tem!
Estou incapaz de compreender o motivo da azáfama, do esbanjamento, da gula, do EXCESSO. O Natal nada tem a ver com este comportamento. Pelo contrário, o frio, a fome, a guerra exigem outra atitude.
O mediador deixou-se crucificar para nos mostrar o caminho, no entanto, o exemplo de nada serviu.
E eu vejo-me arrastado nesta euforia postiça. Esgota-se-me a paciência e o apetite!

II - Quanto ao Tribunal Constitucional, parece que fechou a porta ao ladrão, mas escancarou-lhe a janela!

19.12.13

Nenhum português pode estar sossegado!

«Não há nenhum pai deste país que possa ficar sossegado se achar que alguma daquelas pessoas, com as cenas que assistimos ontem na televisão, possa ser professor de um filho seu.», afirmou hoje o ministro da Presidência no final da habitual reunião de Conselho de Ministros.

Humilhados, os profissionais de ensino em início de carreira ou, formalmente, precários, dividiram-se entre os que quiseram realizar a PAAC e os que quiseram mostrar a sua revolta. O espectáculo não foi educativo! E os mass media não perderam a oportunidade de explorar os excessos e os dramas!

Mas quem é que prefere humilhar a educar? Quem é que prefere penalizar as vítimas a retirar o alvará a instituições que não revelam competência para formar professores? Quem é que manda fazer avaliações externas viciadas? Quem é que criou um Instituto de Avaliação, usurpando competências das Universidades?

A resposta é dada por vozes ministeriais que desrespeitam a sintaxe elementar e que classificam os professores como «aquelas pessoas». Vozes ministeriais que ignoram o significado das palavras que proferem, que, em vez de «servirem», humilham. Vozes ministeriais cujo juízo se baseia em imagens televisivas...

Estas vozes ministeriais têm um único fito: o confronto. De preferência, entre pares!      

18.12.13

PACC: uma proposta desigual e inconsequente!

«A escola de hoje é infinitamente melhor do que a escola de ontem...» António da Nóvoa (1954)

- Escreva um texto em que exponha a sua opinião sobre a perspetiva expressa por este autor, fundamentando-a através de uma linha argumentativa coerente.  (PACC)

Eis uma proposta de argumentação  desigual e inconsequente!
Partindo do princípio de que o avaliado decide apoiar ou rejeitar a tese, quem é que ele quererá persuadir? O avaliador? O ministro da educação?
Se começar por examinar os termos do enunciado, cedo verificará que este é hiperbólico - infinitamente! Palavra vazia e florentina... A seleção de argumentos fica condicionada pela retórica... Por outro lado, a referência a uma "escola de ontem" introduz generalização e vacuidade, pois objetivamente não há qualquer delimitação do tempo. Só a experiência (a vivência) poderá ajudar a construir um juízo consistente, assente na comparação.
Para António Nóvoa, nascido em 1954, "ontem" é o tempo em que ele se fez homem na escola do Estado Novo. E "hoje" é o tempo democrático, o tempo de Abril, em que chegou a reitor, protagonista da mudança, do "infinitamente"...
Ora se a vivência é o filtro que permite determinar os argumentos e selecionar os exemplos de forma coerente e legitimadora do presente, apesar da desconfiança quanto ao rumo que está ser seguido, apesar do receio de que o futuro possa voltar-se contra a escola "infinitamente melhor de hoje", o candidato, forçado a expor uma «opinião», irá acabar por construir um texto inócuo...
Infelizmente, a escola que propõe este tipo de itens não é  melhor do que a escola de ontem!