12.7.16

Não há "multa zero". Não à "multa zero"!

O comissário europeu para o euro, Valdis Dombrovskis, admite que Portugal poderá ter apenas uma "multa zero", depois de o Conselho de Ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin) ter aprovado hoje a abertura de um processo de sanções por défice excessivo no ano passado.

Outrora, era possível comprar uma empresa por um escudo, quando o passivo era enorme. O comprador encarregava-se de recuperá-la, assumindo os encargos...
Entre 2012-2015, um Governo garantiu-nos que cumpria tudo o que a União Europeia exigia, fazendo-o porque considerava justo que os portugueses pagassem pelos desmandos dos governos anteriores. Era uma questão de honra!
Sabemos, entretanto, que esse governo, para além de mentir, vendeu, a baixo preço, grande parte do património mais lucrativo.
Hoje, o ECOFIM aprovou um processo de sanções por défice excessivo nos anos anteriores.
Despudoradamente, a ex-ministra das Finanças responsabiliza o atual Governo pela decisão... E ninguém se revolta contra tal descaramento! Eu, que não gosto de manifestações, promovia uma para deixar claro que a política de subserviência foi errada... e também para dizer à coligação que apoia o Governo que não há "multa zero"... O simples facto de se passar uma multa é uma penalização para os portugueses que agravará ainda mais a dívida.
Em suma, o Governo atual deve acabar com o cumprimento de algumas promessas que bem sabe que, mais tarde, pagaremos com língua de pau. E também acabar com o nepotismo cada vez mais visível no sector público...
Finalmente, o Governo, que domina mal a arte da retórica, deve perceber, de uma vez por todas, que, do outro lado, o sorriso esconde sempre o cinismo.    

11.7.16

Dimitri Payet, o crime compensa...

Dimitri Payet, carrasco de Cristiano Ronaldo, é o melhor jogador do euro(peu). Como se costuma dizer, o crime compensa...
A minha hesitação entre 'euro' e 'europeu', resulta de o melhor jogador do euro ser, na verdade, o Zé barroso; o durão Dimitri Payet foi considerado, esse sim, o melhor jogador do europeu 2016.
Pode ser que o homem não tenha agido intencionalmente, mas o ato não pode ser totalmente desligado da intenção do selecionador francês: « Não acredito que seja possível anulá-lo (CR), mas vamos estar atentos e tentar limitá-lo».
E conseguiram, mas o tiro saiu-lhes pela culatra.
Quanto ao Zé barroso, não há quem o trave, com ou sem crime...

(Entretanto, para mim, o europeu 2016 já terminou.)

A formiga ganhou

Em síntese, a formiga ganhou. 
A formiga obreira, mesmo se calcada, nunca desistiu. 
No essencial, a formiga representa todos aqueles portugueses que contrariam a adversidade, e ousam enfrentar coletivamente todos os obstáculos que lhes surgem ao caminho...
(...)
A cidade-luz, ao perder a cor, não está à altura da tão apregoada igualdade, pois "esqueceu-se" de se solidarizar com o vencedor - o seu símbolo maior não se iluminou com as cores de Portugal...
(...)
Finalmente, desvalorizar a ação do Éder, como continua a ocorrer em certos canais televisivos, faz de alguns comentadores pobres cigarras...  

10.7.16

Antes que se faça tarde...

Antes que se faça tarde, desejo que, no França /Portugal, os jogadores se entreguem ao jogo e que ganhe a melhor equipa.
Não me interessa qualquer acerto de contas futebolístico ou outro. Considero detestável o modo como esta final tem vindo a ser apresentada como vingança dos "petits portugais". 
E, sobretudo, não ignoro que, apesar de múltiplas humilhações, o fluxo migratório para França, quase sempre clandestino, nos anos 60, libertou mais de um milhão de portugueses da miséria em que vivia nesta ditosa pátria...
O jogo entre portugueses e franceses deveria ser de união, e apenas isso. A reconstrução da França muito deve aos portugueses que, por sua vez, quase sempre encontraram no Hexágono o lugar de redefinição das suas vidas.
Há muito que penso deste modo, até porque num certo dia de Julho de (1964?) o meu pai teve de partir para França porque o granizo lhe destruíra o pouco que lhe restava da esperança...

9.7.16

O Zé barroso não é o meu herói!

Não é verdade! O Zé barroso não é o meu herói! E também não é o pícaro anti-herói. De nada serve querer classificar o Zé, embora ele não seja único e, como tal, classificável...
Faço este esclarecimento porque não quero que algum leitor apressado me confunda com gente de tal laia. Nunca quis tal confusão, embora um dia um tio, supostamente bem informado, me tenha acusado de pertencer ao MRPP.
Por experiência antiga, sei que nunca poderia alinhar por essa cartilha. Ainda não esqueci os anos de 1975-77, no Liceu Passos Manuel, quando aquela seita me boicotava as aulas de Português, ao recusarem-se a ler Os Gaibéus, o Constantino Guardador de Vacas, Os Esteiros, A Abelha na Chuva, tudo porque os autores seriam seguidores do Barreirinhas Cunhal...
O Zé barroso não é o meu herói!

PS. Nesta literatura de Zés, há que não esquecer o Zé, primeiro - o do terramoto - e o Zé, sócrates - o da bancarrota...

8.7.16

O Zé barroso é o meu herói...

O Zé barroso é o meu herói desde os tempos em que, sob o olhar atento do timoneiro, Arnaldo de Matos, lutava contra o capitalismo, a guerra e a CIA, sem esquecer o KGB... Longe vão os tempos, mas, para ele, a luta continua!

Consegue estar sempre no sítio certo, na hora certa. Eu, apesar da hora certa, estou sempre no lugar errado. Talvez, porque não me chamo Zé.
A explicação não é fácil! No entanto, já o Zé, o carpinteiro, soube aproveitar o momento, apesar do que outros Zés, do tipo saramago, insinuam...
Sem esquecer, o Zé, o mourinho, que, também não perde uma oportunidade...
E claro, é melhor não esquecer o Zé, do bordalo e do manguito, que, contrariamente ao que se afirma, sempre se esteve nas tintas para o povinho.

Começo a acreditar que isto de se ser Zé é meio caminho andado. Por exemplo, no próximo domingo, o Cristiano, para mim, passa a chamar-se Zé, o ronaldo. E se tal não for permitido, que o Fernando não se atreva a retirar da equipa, o Zé, fonte...

7.7.16

Há muito que deitei fora a chave

Começo a compreender aqueles indivíduos que levam tudo a brincar. Por vezes, parecem irresponsáveis, mas, provavelmente, a atitude deles é a que melhor se adequa à realidade que vamos construindo - uma realidade postiça, parola e artificiosa...
Lá no fundo, a jocosidade é expressão de um embate perdido, mas que insiste em levar a melhor sobre a tradição... Defender a tradição mais não é do que legitimar o poder instituído, seja ele qual for.
(...) 
A verdade é que eu levo demasiado a sério situações que se apresentam como absolutas, que, no entanto, também elas são formas de preservar um outro tipo de poder, mais profundo e despótico, que não sei nomear, mas que determina o modo como leio, como rio e até como escrevo...
Em suma, falta-me o sentido de humor e nem a ironia me consegue compensar da prisão em que vivo.
Há muito que deitei fora a chave e por isso espero que o barqueiro passe, embora me comece a faltar o óbolo para lhe pagar a viagem.