15.9.17

BB-/A-3

A Standard and Poor’s (S&P) subiu o rating da República portuguesa para o patamar de investimento, no nível BB-/A-3, do anterior BB+B. A revisão em alta “reflete a melhoria das previsões para o crescimento do PIB de Portugal em 2017 a 2020, bem como os progressos sólidos feitos na redução do défice orçamental”, refere o relatório da agência, publicado esta sexta-feira. BB-/A-3

O debate autárquico já passou à história.
Apesar do foguetório que se anuncia, temo que a euforia nos atire para o abismo...
Num país doente, o protagonismo só pode ser dos enfermeiros! Quanto aos enfermos, eles que tenham paciência!
Doravante, todas as lutas são mais do que justas... 

14.9.17

Diagnóstico e rememoração

Provavelmente, noutros domínios, a relação não será significativa, por exemplo, para as ciências da saúde, se excetuarmos a psicanálise, no entanto, na área da didática, confronto-me todos os anos com a mesma ansiedade. ( Qual será a origem deste estado psíquico?)
Ao aceitar que a rememoração consiste em fazer aparecer as coisas do passado com as suas qualidades, sempre que me disponho a elaborar qualquer teste de diagnóstico pressinto que o resultado será frustrante, pois para que haja rememoração é necessário que a mente tenha tido necessidade de guardar informação sem qualquer tipo de diluição... (intenção de...)
Ora, a experiência diz-me que, ou a mente não teve oportunidade reservar qualquer tipo de aprendizagem ou se o fez, no momento do diagnóstico, a consciência só traz à superfície o restolho estival...
Se o diagnóstico não serve para avaliar a qualidade da aprendizagem efetuada, então para que é que serve?

13.9.17

Claro que poderia imaginar

Não o penso o que quero...
Estou sempre a ser submetido a pulsões exteriores ( e estas impedem-me de saber o que quero.) Quanto às interiores, há muito que aprendi a recalcá-las..., o que mata o pensamento...
Claro que poderia imaginar, mas para quê se as imagens são perceções falseadas!
Submeto-me, assim, à vontade dos outros (já desisti de os contrariar) que, talvez, não pensem o que querem, mas que, afinal, não cuidam de saber se as imagens são verdadeiras ou falsas, até porque muitos se contentam com o reflexo luminoso no fundo do poço.

Espero que não espreitem cada palavra, mesmo que vos digam que se trata de metáfora, porque sob a palavra não há nada. Talvez a possam virar do avesso, e segui-la a ver se compreendem porque é que não penso o que quero...

12.9.17

Dá sempre jeito ter um "louco"...

Nunca soube bem o que é que significa pensar. Que existo, parece-me excessivo...
Com tanta gente a pensar em sanções a aplicar à Coreia do Norte, a minha dúvida cresce, pois não consigo acompanhar o argumento de que se lhe cortarmos o combustível, o gás, os medicamentos, os víveres,  as exportações, ela acabará por ceder, isto é, desistirá do programa nuclear... (Mas quem é que vai desistir de um projeto nuclear?)
Parece-me um argumento absurdo e impraticável, não por causa dos coreanos, mas por causa dos americanos, dos russos, dos chineses e de todas as máfias que se movem por terra, mar e ar...
Acossados, os norte-coreanos só poderão responder / atacar com as armas de que possam dispor, a não ser que estejam dispostos a deixar de pensar, o que, cartesianamente, significaria deixar de existir...
Em síntese, ou não ando a pensar direito ou o pensamento não tem nada a ver com este problema. No mundo dos interesses, dá sempre jeito ter um "louco" que possamos acusar de disparar em todas as direções...

11.9.17

Afetos encenados

Em dia de abraços presidenciais, relembro o "realismo" do anterior PR: "a realidade acaba sempre por derrotar a ideologia" ...
Não vou repetir o argumento utilizado para mostrar a inépcia de Cavaco Silva, mas vou citar Jean-Paul Sartre:

O mundo real não existe, faz-se, sofre retoques constantes, torna-se maleável, enriquece-se; um determinado grupo, tido por objetivo durante muito tempo, acaba por ser rejeitado; pelo contrário, um outro, muito isolado, será de repente incorporado no sistema.» A Imaginação, pág. 88, Difel

Tantos abraços já maçam, sobretudo quando adiam a resolução de problemas e, ao mesmo tempo, reclamam para si um magistério, apesar de incapaz de compreender a mudança, porque as ideias deixaram de determinar a ação, transformaram-se em afetos encenados...

10.9.17

As coisas não se movem...

As coisas.
Não se trata de imagens nem de representações.
As armas clássicas sempre foram tomadas como coisas.
Coisas que podem enferrujar ou, mesmo, desfazer-se em pó...
As coisas, por si, não se movem, mas podem ser deslocadas. 
Em Tancos, dizem que havia armas de vários tipos - umas leves, outras mais pesadas; algumas delas, obsoletas.
Essas coisas, consta que foram roubadas. Também consta que não havia ninguém para as vigiar...
Ora essas coisas (que não as imagens ou as representações) não voltaram, nem podiam por si.
Por causa do sumiço, já houve convulsão na caserna... Vejo agora que um senhor, de seu nome Azeredo Lopes, terá chegado à conclusão de que "no limite, pode não ter havido furto"...

Em Portugal, é bem possível que as coisas se tenham transformado em pó, por falta de uso ou por corrosão... No geral, é o que costuma acontecer com as coisas que tombam na alçada da justiça...
Três teses

9.9.17

A dignidade da função dos juízes

A missiva surge como reação à greve dos juízes marcada pela Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP) para os dias 3 e 4 de outubro, devido à "intransigência" do Governo nas negociações para a revisão do Estatuto dos magistrados judiciais, que "continua a negar aos juízes a progressão profissional adequada à dignidade da sua função", segundo o sindicato. Greve dos Juízes

Será que há funções dignas e que as restantes são indignas?
Será que a progressão profissional deverá depender dessa in(dignidade)?
Por outras palavras, num quadro de dívida pública e de consequente falta de recursos financeiros, é aceitável que o Estado privilegie umas castas em detrimento de outras ? (Quem diz castas, poderia dizer corporações!)

Nos últimos dez anos, a desigualdade remuneratória agravou-se escandalosamente em muitos sectores profissionais. Será que tal aconteceu com os senhores juízes? Por mim tenho que não.
Por exemplo, entre os professores, a inexistência de progressão levou a que haja milhares de professores obrigados a exercer as mesmas funções, mas com remunerações muito diferenciadas, o que avilta o exercício da profissão... Mas como são muitos, o melhor é esquecê-los...
E se os professores, os médicos, os enfermeiros, os bombeiros, os administrativos, os auxiliares de todos os tipos, as forças policiais... se levantassem e fizessem todos greve em nome da dignidade da função, será que teriam razão?