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17.5.11

O aparato esmaga-nos…


A menos de um mês de eleições legislativas decisivas, continua por esclarecer como é que o despesismo na educação poderá ser significativamente reduzido. Nenhum partido propõe aos eleitores um plano concreto de reforma do sistema educativo, adaptando-o às necessidades de um mundo em que a imaginação criativa e produtiva é fundamental.

O centralismo que determina a existência de milhares de burocratas e autocratas desvia os recursos financeiros das famílias e das escolas e, por outro lado, empenha-se em programas de maquilhagem que em nada contribuem para a melhoria do ensino em Portugal. Por exemplo, nenhum partido explica como é que a Parque Escolar pode continuar responsável pela recuperação dos edifícios escolares se o monstro, até ao momento, gerou «kits» vistosos e caríssimos, a breve trecho inabitáveis… Nenhum partido explica por que motivo o ensino em Portugal continua a ser gerido por diversos ministérios, criando sobreposição de estruturas que acabam por servir para «capturar» fundos europeus e, ao mesmo tempo, alimentar falsas competências, legitimando a distribuição de empregos e de cargos no estado e nas parcerias publico-privadas pelos sequazes…

E muitas outras questões continuam por responder: Para que servem os actuais centros de formação de professores? Para que serve o actual modelo de avaliação? Como é possível criar departamentos curriculares e manter em funcionamento grupos disciplinares? Para que serve o alargamento da escolaridade obrigatória sem diversificar as fileiras profissionais? Actualmente,centenas de milhar de jovens passam parte da adolescência em escolas, onde nada aprendem a não ser: - desenvolver comportamentos anti-sociais…

18.12.10

Entretanto…

Quando acreditamos que ESCREVER ajuda a organizar a leitura da realidade (exterior e interior) e apostamos em recorrer a essa estratégia como ferramenta de ensino e de aprendizagem, estamos a correr riscos… pois necessitaremos de dezenas e dezenas de horas para rever os textos que nos são submetidos, quase sempre fora de horas…

Não há componente não lectiva que abarque o tempo despendido nesta tarefa! E, frequentemente, somos enganados! Quantas vezes, recebemos “cópias” de outras “cópias” mal engendradas! Infelizmente, não são apenas os alunos que recorrem ao plágio!

Ainda há poucos dias um dos maiores plagiadores que conheci foi promovido a cardeal! Quando o conheci ainda era presbítero, mal sabia escrever e tudo o que escrevia era plagiado, graças às novas tecnologias da informação…

O plágio é tão bem visto que, amanhã, o Governo não deixará de nos impor a reforma aos 67 anos de idade. Basta olhar para o vizinho do lado!

(Tudo isto pode parecer descabido, mas há vários dias que venho revendo textos que eu próprio motivei e que, na maior parte dos casos, são vistos como um capricho de professor obsoleto e que, concluídos os 36 anos de serviço, se vê ameaçado com mais onze…)

Entretanto, vou ter de mudar de estratégia para que a morte não me surpreenda a escarafunchar, nem vale a pena, dizer no quê…

14.11.10

Sociedade a dois, de Tenesse Williams

A leitura de “Sociedade a dois” de Tenessee Williams não é estranha ao modo como percepciono as primeiras páginas dos Jornais: «José Sócrates desautoriza Amado e fecha as portas à “grande coligação”. No conto, duas bichas descobrem as vantagens comerciais e afectivas de uma vida a dois, embora saibam que aquela “sociedade” caducará inevitavelmente.

No caso de Sócrates, o factor psicológico (pessoal) sobrepõe-se ao factor social, pois é um daqueles homens que entrou na política já traumatizado. Deixo a explicação aos biógrafos, mas não posso deixar de pensar que as experiências pessoais lhe afectam, desde o início, a decisão política. Ainda por cima, o povo, que lhe dera uma maioria absoluta, traiu-o, retirando-lha e obrigando-o a procurar compromissos.

De facto, o povo não entendeu que este tipo de pessoa necessita de uma maioria absoluta para poder governar, pois Sócrates não pode aceitar os limites impostos pelo compromisso. E esta falta de entendimento não resulta de um capricho, mas de uma irremediável fenda na estrutura psíquica.

Um povo quando escolhe deveria saber mais sobre o carácter dos candidatos!