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30.5.12

Esse tempo anterior a nós

«Todos os seus objetos, até o porta-moedas, têm uma história, chegam de um tempo que existiu antes de mim José Luís Peixoto, A Minha Avó, Cal, Quetzal, 2007

Partilho com o autor deste fascínio pela história dos seres e dos objetos, apesar de, infelizmente, não ser capaz de o acompanhar na recriação desse tempo anterior a nós. E ao mesmo tempo, vou testemunhando que essa atitude é cada vez menos valorizada.

O fio do tempo é indissociável da construção e da aprendizagem dos saberes que alicerçam a identidade de cada um de nós, de cada nação ou de cada projeto supranacional. Apesar desta evidência, vivemos num tempo em que «o anterior a nós» é desprezado, não só porque pode ser aviltante, mas, também, porque preferimos secar as raízes.

Somos porque estamos na rede, virtualmente! E esta evidência põe termo ao tempo pessoano da expansão por fazer, e torna-se em cerração…

29.4.12

Cabeleira vs Gomes

TRABALHO DE PROJETO
Literacia de Escrita
em Candidatos de RVCC
Maria José Alves Ferreira
CICLO DE ESTUDOS CONDUCENTE AO GRAU DE MESTRADO
EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
Área de especialização em Formação de Adultos
2011

«No segundo ano de estágio, por razões diversas, o grupo ficou reduzido a dois elementos, eu e ao meu colega Rui Ferreira, tendo tido como orientador de estágio o professor Manuel Gomes Cabeleira, o nosso delegado de grupo. Este foi um grupo que, na minha perspetiva, funcionou muito bem, pelo clima caloroso de entreajuda e de partilha.»
«Quanto ao nosso orientador de estágio, quero deixar aqui uma palavra de apreço e reconhecimento pelo seu apoio e pela disponibilidade que sempre manifestou em todo o processo. A sua orientação competente e empenhada foi um contributo precioso para o meu desenvolvimento, tanto a nível profissional como a nível pessoal. Foram extremamente valiosos os seminários que dinamizou, eles me permitiram conhecer melhor todas as potencialidades que estavam ao meu alcance no sentido de um trabalho mais rigoroso e consciente.» (1991/1992, Santa Maria –Sintra)
- Obrigado, Maria José Alves Ferreira!

/MCG

27.3.12

A “estátua sensível” de Condillac…



«Que na consciência da estátua haja um único cheiro e teremos a atenção; que perdure um cheiro quando cessou o estímulo e teremos a memória; que uma impressão atual e outra do passado ocupem a atenção da estátua e teremos a comparação; que a estátua perceba analogias e diferenças e teremos o juízo; que a comparação e o juízo ocorram de novo e teremos a reflexão; que uma recordação agradável seja mais viva do que uma impressão desagradável e teremos a imaginação.» Jorge Luis Borges, Dois Animais Metafísicos, O Livro dos Seres Imaginários.

A rainha que trocou o pão (as moedas) por rosas já antes de ser estátua era sensível! E a ideia da troca só pode ter surgido porque já experimentara o desagrado do seu senhor, o que me leva a concluir que uma dor também pode desencadear a imaginação de um povo…

/MCG

22.3.12

“Ilustramos recortes da nossa história”


António Vieira, José Rodrigues Miguéis e Rómulo de Carvalho nasceram todos no mesmo bairro, à sombra de Santo António! 
No entanto, olhando mais de perto, é possível enxergar um intruso. Quem será?

14.3.12

A Torre do Prior do Ameal (de António Nobre)

Literariamente, esta torre é conhecida por Torre d’Anto porque aqui viveu, durante uma semana, no outono de 1890, o «ermitão da Saudade» – António Nobre – que, chegado a Paris, se metamorfoseou no «pobre lusíada, coitado.»

A Torre alberga atualmente a Casa do Artesanato ou Núcleo Museológico da Memória da Escrita de Coimbra.

10.3.12

Se Pedro e Inês…


Se Pedro e Inês voltassem à Quinta das Lágrimas talvez jogassem golf, deitando por terra o mito inesiano.
Terra de dor não tivesse ela pertencido à Rainha Santa Isabel, assistiu ao fulgor e ao terror de Inês, mas parece ter esquecido o sofrimento do Poeta que a eternizou.
Não  tivesse Ele, ali,  suportado a vingança de um marido e pai ciumento, e dificilmente teria escrito «Estavas linda Inês posta em sossego…»
Por isso mais do que o Lírico, é o Épico que por si chora nas páginas de Os Lusíadas e, deste modo, se vinga dos poderosos deste mundo.
E assim se compreende que lhe tenham saqueado a biografia…
PS: Entrar nos Jardins da Quinta das Lágrimas tem um preço: 2 €.

25.2.12

O caminho da água

Eram dois os caminhos, mas o da ponte era o preferido. A clausura da estrutura assustava-me menos que a espessura da muralha escalabitana. Durante duas horas, a carreira percorria pachorrentamente os campos alagados – os da Páscoa chegavam a ser deslumbrantes! O Tejo desmedido embalava-me na ida e no regresso. Durante três meses, sonhava com aquele caminho – o caminho da água.

Hoje, voltei a atravessar a ponte, mas do Tejo só vislumbrei bancos de areia, e senti-me mais só do que naqueles meses em que, outrora, vivia cercado pelas muralhas fernandinas.

/MCG