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26.8.11

Sobreposições…

 A composição não deixa ouvir a música dos dias. Os músicos abandonaram os instrumentos. O maestro preferiu fugir da orquestra. No entanto, das nuvens escorre a luz que ilumina os dias de quem abre os olhos e não entende porque se elevam edifícios tão desiguais.

16.8.11

Incúria…

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O que é que esta lenha faz no passeio da Rua das Escolas da Portela? Do que é que a Junta de Freguesia está à espera?

10.8.11

Cacela e a poesia…


Em Cacela Nova, bem procurei o último livro de José Carlos Barros, mas só encontrei alfarrobeiras! (Nem Rumor!… nem Inês!)


No entanto, ao interrogar um “vizinho” sobre o pomar, acabei por perceber que está na hora da colheita da alfarroba que, infelizmente, irá para a Espanha. Pobre indústria transformadora!


Em Cacela Velha, o Forte é património das forças da ordem…
Mas, a poesia ocupou o lugar (e a toponímia). A força dos poetas está bem visível, desde o tempo árabe à actualidade.

Alheio à força humana, o oceano, quase azul, abraça a terra e perde-se no verde estival.
( Nós, a pé, lá  fomos e regressámos, sob a canícula, à vetusta estação de Cacela.) 


8.8.11

A Sul…

Apesar de continuar a pensar que Álvaro de Campos só “nasceu” em Tavira porque o local, a Sul, abria para o ‘splendor do Longe pessoano, acabo de encontrar a “casa” que simpaticamente lhe  foi atribuída pelo município.

De facto, é bem mais fácil alojar uma criatura “fingida” do que um pobre diabo de pouca carne e já escaveirado! O próprio Pessoa o sentiu na pele…

E, aqui, Álvaro de Campos que, a certas horas, aborrecia a leitura, também, tem a sua Biblioteca!

( Aos poucos, as criaturas vão ofuscando o criador!)

7.8.11

Por vós, meu mal!

Partem tão contentes… (ou será tristes?) Por quem?

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Pousada amiga do ambiente! Será? O Forte de S. João da Barra (Cabanas de Tavira) surge cercado por vegetação pouco cuidada e com acessos mal assinalados e de época anterior à romanização.

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Quem passa, o que é que vê?

6.8.11

Numa esfera distante…



O forte; a ria; o sapal. Do outro lado, o mar.

Um exemplo do que desperdiçamos. Pouco mais fazemos do que ir a banhos. Torramos ao sol, indiferentes aos perigos e à miséria, como se vivêssemos numa esfera bem distante.

(…) Ainda não encontrei o engenheiro naval, Álvaro de Campos, e não vejo motivo para que ele aqui tivesse “nascido”! Ainda se ele tivesse sido construtor civil!

22.7.11

Carvalhal do Pombo na Literatura…

«Na sua casa da Avenida da Duque de Loulé faleceu o  conceituado capitalista e filantropo Afonso Ruas, natural de Carvalhal do PomboAquilino Ribeiro, O Arcanjo Negro, pág.97 

Em que circunstâncias terá Aquilino Ribeiro conhecido tão ignoto lugarejo?

A que Bajonca (barão da Bajonca papalino ou manuelzinho) se estaria Aquilino a referir ao escrever.«aquele Bajonca, que assim se chama a portela de Carvalhal do Pombo onde a avó, que atiraram à margem, deitou ao mundo aquele que passa por seu pai.» ibidem, pág. 102.

Apesar do desconchavo do mundo ( atentados de Oslo), a Literatura não pára de me surpreender!

10.7.11

No Gerês

Bernardo Santareno n’ O Judeu, e José Saramago, no Memorial do Convento, dão-nos uma imagem de um D. João V grotesco. Ou será a imagem que é grotesca?

Quando a Literatura se apodera da História em tempo de decadência, corre-se o risco de que a primeira, ao serviço de preconceitos ideológicos, molde de tal forma o imaginário do leitor que este fique incapacitado de interpretar a “realidade”, entendida como o conjunto das coisas, boas ou más…

Vêm estas considerações a propósito da nota solta: Uma capela em honra de Santa Eufémia, foi mandada edificar por D. João V, em 1733, aliás, o monarca que mais se interessou pela termas, construindo um hospital, residência para médico, boticário, capelas e poço para banhos termais.

Por outro lado, pensando ainda no leitor que não consegue distinguir as sensações dos sentimentos, creio que o melhor é viajar até ao Gerês. Aqui, predominam a cor e o som – as sensações auditivas e as sensações visuais. No lugar onde me encontro, diria que o som da cascata esmaga os verdes da floresta. Quanto ao olfacto, o eucalipto leva a palma ao restante arvoredo, mesmo ao vidoeiro…

Do tacto é melhor não falar, apesar de agora me lembrar que Almeida Garrett não resistia às nervuras das pétalas das rosas, e que Pessoa enamorado da música do romântico e do cérebro de Pascoaes, se atirou às sensações como se a razão nada mais lhe oferecesse como comboio de corda… Afinal, o problema de muitas pessoas é que continuam a criar os seus países, como se lá fora nada existisse!     

9.7.11

À nossa frente…

O sol escasseia. Das aves, não há notícia! A água segue o seu caminho… enquanto a velha senhora espreita os novos vizinhos. Poucos e silenciosos. Alguns regressam ao cair da noite – são belgas e ingleses. Apenas a rádio ‘Fundação” transmite música inglesa, indiferente à presença dos belgas…, embora de hora a hora repita: “à nossa frente só está você!»

/MCG


18.6.11

Tomar




Quando atravessamos certas cidades, como Tomar, apetece ficar, não por causa dos nabantinos que parecem ter desertado da cidade, mas por causa dos seus monumentos, das suas praças e vielas…


Por causa da sua história e da beleza paisagística, sinto-me de regresso à cidade dos anos 70, agora mais moderna… e compreendo que uma parte dos fundos europeus me cerca… e que a festa dos tabuleiros se aproxima.

14.5.11

As maias…




Aqui, o país é outro! Aves e insectos entregam-se ao amor, embora vigilantes, não vá o inimigo estragar- lhes a melopeia e a dança... Mesmo os coelhos preferem a imobilidade à fuga precipitada! A figueira, deitada na arriba, esconde a flor… E eu espero que Maio continue assim!

10.5.11

Torres Novas - mais longe

O que não se vê: um cemitério, um estabelecimento prisional, dois lares e um convento, um hospital defunto, uma escola  de polícia, o Almonda…

Entre margens de clausura, perde-se o rio a caminho do Tejo, vem de perto… sem tempo para se alongar. O mesmo acontece com a cidade, outrora vila! E comigo! Porque aqui nasci, e parti a caminho do Tejo; cada vez mais perto da foz, sinto que mais longe estou, como se em fuga, mas sem linha de água…

(Os dias, entretanto, são de incongruência, capricho, arrufo, equívoco, irresponsabilidade, mentira e, sobretudo, de petulância.)

/MCG

7.5.11

Uma extensão ortodoxa…


A Fundação Maria da Conceição e Humberto Horta é uma fundação de solidariedade social, sem fins lucrativos de carácter religioso, criada por iniciativa de Maria da Conceição Mendes Horta e Humberto Rodrigues Lopes Horta, com sede em Casal Garcio Môgo, freguesia de Salvador, concelho de Torres Novas.
A Fundação Maria da Conceição e Humberto Horta, pessoa colectiva de utilidade Pública, com nº 504167936 R.N.P.C., reconhecida por despacho do Ex.mo Senhor Secretário de Estado da Inserção Social, datado de 02 de Junho de 1998, com registo lavrado em 09 de Junho de 1998, pela incrisção nº20/98, a fls.154 e 154 v.º do livro nº5 das Fundações de Solidariedade Social, publicada no Diário da República n.º160 de 14/07/98 III série, com o fim de promover e melhorar a condição de vida dos idosos.
Só hoje acertei com o caminho de terra batida para este “santuário”. Desde os anos 60 que oiço falar da “santa” e respectivos “apóstolos”. Um destes teria destroçado o coração a uma tia. Vá lá saber-se porque é o meu avô, um santo homem, terá embirrado com ele, proibindo o namoro! Mas isso foi antes da “santa” se iniciar nas visões e nos milagres, ali, pertinho da “capelinha das aparições”…
Ao longo dos anos, fui ouvindo, incrédulo, as notícias sobre a charlatanice e os abusos, pensando que morta a “santa”, os “apóstolos” partiriam por esse mundo a semear as graças… Afinal, ali, juntinho à A23, conseguiram criar uma Fundação e uma catedral. Haja Deus!
Percorri a pé, qual peregrino, todo o espaço, e, apenas, enxerguei três almas. Uma freira, no interior da catedral, que parecia rezar pala alma dos patronos, para sempre reunidos naquele abençoado lugar. Ou seria pela minha? Um idoso sentado num banco corrido (do lar?) e um maltrapilho que vivia num casinhoto próximo…   

18.4.11

Interiores…




Visto de fora, o país resume-se a um extenso areal repleto de corpos ociosos. Visto de dentro, o país é um mosaico de interiores, abandonado.
(Por estes dias, perco-me no pinhal interior, nos rios interiores!)

31.3.11

De volta… a Sintra


Depois de acompanhar cerca de 100 alunos pelas velhas ruas de Sintra, seguindo a lição queirosiana, regressei à Lagoa Azul, onde voltei a encontrar as velhas tartarugas. Há 20 anos, eram três ou quatro; hoje seriam, mais de vinte.

No essencial, pouco tem mudado. As marcas de revivalismo mantêm-se, apesar das ruinas de alguns edifícios, o que significará  que os novos ricos ainda não estão suficientemente ricos… Lá chegaremos!


Na vila velha, o número de turistas jovens é cada vez maior. Hoje, escolas portuguesas, espanholas e alemãs cruzaram-se a caminho de Seteais. Em passo de corrida, olhando à direita e à esquerda. Mas vendo o quê?

(A circulação automóvel continua catastrófica; infelizmente, a mobilidade dos autocarros é mínima… e os passeios são tão apertados que os transeuntes arriscam  ser atropelados!)

27.3.11

Movimento, cor e pólen…


Afinal, o comboio do pinhal interior ou não é azul ou a CP resolveu pregar-me uma partida.


Carros antigos domingueiros desafiam a ponte metálica…

e rodam garridos numa terra deserta sob um céu plúmbeo.

Passemos ou não,
os êmbolos,
engrenagens
quase eternas;
ao lado,
casas
desabitadas,
antenas
desorientadas…

outrora,
agora,
com ou sem
roda, comboio,turbina,
o zângão fecunda,
morre.

(Infelizmente, também há o zângão estéril que sobrevive!

26.3.11

Apesar de…

Apesar da chuva e da sombra, Mação não esquece a música.

( Chove intensamente e o Tejo, aqui ao lado, parece agradecer!) 
Apesar da Isabel Alçada, dos sindicatos, do Parlamento…, a escola primária reinventou o presente.

(E esperemos que a chuva dê vida às árvores de Mação, antes que a canícula chegue!)
Na barragem, a água presa…

por cima, a água solta!
A barragem, vista de longe, parece um comboio azul da CP, em greve…
( De perto, as comportas ignoram o desacerto do país…)
Entretanto, por perto, o país, ocioso, continua a encher o bandulho…

21.3.11

Palácio nacional de Mafra - In memoriam…


Este jogo ocupava reis e vassalos nos intervalos das caçadas na Tapada de Mafra. Os troféus, cruéis, enchem a sala Diana no palácio real, hoje moribundo… Da república, pouco há a assinalar, a não ser a pernoita de D. Manuel II, antes de partir definitivamente para o exílio… Apesar de tudo, Saramago devolveu-lhe algum do brilho que à pátria falece.

Claro está que aos jovens que, hoje, entraram no palácio nacional de Mafra, sob o olhar atento de S. Domingos e de S. Francisco, falta-lhes a distância para perceber que a monumentalidade do edifício mais não é que a expressão da fraqueza de um povo. Mas quem sabe, pode ser que Saramago os ilumine!


                       

7.3.11

O paul do Boquilobo


Em Março, o trilho  do Paul do Boquilobo continua submerso.

(Apenas cegonhas e patos e garças e garridas e canoras aves…)


Mas ao lado, passa o comboio na linha do norte…

(O canavial esconde o pântano e torna a confluência do Almonda com o Tejo indistinta.)


O carvalho apodrece de vez… e nem sinal de bugalhos! - o que nos livra das vespas…

(“Nos” é força de expressão – a terra é de ninguém, mas podia ser minha!)


Por seu lado, os freixos, altivos e longilíneos, continuam à espera da Primavera… 

(Em Maio, espero regressar… e tudo será diferente! Ou talvez não!)